O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria abrir mão de tentar ser candidato à Presidência em 2026 e apoiar outro candidato, dizem 62% das pessoas entrevistadas na nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (17). Para 28%, ele deveria manter a candidatura.
O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e foi feito entre os dias 10 e 14 de julho, com 2.004 pessoas. Na pesquisa anterior, de maio, 65% das pessoas defenderam a desistência e 26% concordaram com a manutenção da candidatura.
Bolsonaro está inelegível até 2030 e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a democracia, como tentativa de golpe de Estado. Se for condenado pela Corte, poderá ser preso.
A Quaest também questionou os entrevistados sobre a eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para 58%, o petista não deveria tentar a reeleição. Já 38% acham que sim. Em maio, os percentuais eram de, respectivamente, 66% e 32%.
Lula lidera a disputa nos cenários de 1º turno contra Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Em um eventual 2º turno, Lula ficaria em empate técnico, no limite da margem de erro, com Tarcísio, e venceria Bolsonaro, Michelle e Eduardo.
O presidente ganharia também, nos dois turnos, dos governadores Ratinho Junior (PSD-Paraná), Eduardo Leite (PSD-Rio Grande do Sul), Romeu Zema (Novo-Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (União-Goiás), e do ex-governador Ciro Gomes (PDT).
Na pesquisa espontânea, sem a apresentação de nomes de possíveis candidatos, 68% dos entrevistados disseram que não sabem em quem vão votar para presidente. Os dois nomes mais citados foram Lula, com 15% das menções, e Bolsonaro, com 11%.
Tarcísio e Michelle lideram as menções sobre quem deveria ser o candidato da direita caso Bolsonaro não dispute a eleição em 2026, mas oscilaram para baixo nas citações. Já Eduardo Bolsonaro teve o dobro de menções em relação à pesquisa anterior.
Para 15%, o candidato da direita deveria ser Tarcísio (eram 17% em maio) e 13% apoiam Michelle (eram 16%). Na sequência aparecem Ratinho Junior, com 9% das menções (tinha 11% em maio), Eduardo, com 8% das citações (tinha 4%), e Pablo Marçal, com 8% (tinha 7%). Eduardo Leite foi citado por 4% e Zema, por 3%, assim como Caiado.
Entre aqueles que se declaram bolsonaristas, 33% afirmaram que Bolsonaro deveria apoiar Michelle. É o nome mais citado nessa fatia do eleitorado. Para 22% dos bolsonaristas, o ex-presidente deveria apoiar seu filho Eduardo, e 20% citaram Tarcísio.
O governador de São Paulo foi o mais citado por aqueles que não são bolsonaristas, mas são de direita, com 33% das citações. Michelle tem 22% das menções nesse recorte e Eduardo, 9%.
Os entrevistados foram questionados sobre o que mais dá medo: Bolsonaro voltar à Presidência ou Lula ser reeleito. Para 44%, o maior temor é o retorno do ex-presidente e para 41%, é a continuidade do presidente no cargo. Outros 7% disseram ter medo dos dois, 3% não têm medo deles e 5% não responderam.
