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Juiz Odilon de Oliveira vive sem escolta policial há 6 anos

Conhecido pelo trabalho contra o crime organizado na região de fronteira do Brasil com o Paraguai, em Ponta Porã (MS), o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira afirmou, ao podcast Política de Primeira, que vive sem escolta policial há seis anos.

“Eu tive proteção policial de 1998 até 2019, 24 horas por dia. Hoje eu não tenho escolta. Depois que eu me aposentei, mais ou menos um ano, a Polícia Federal tirou minha escolta. Mesmo porque não existe nenhuma lei no Brasil, porque o Brasil é assim, combate o crime organizado assim, não dá proteção a quem enfrenta. A Polícia Federal não podia e tinha que tirar a minha escolta. Eu não culpo a Polícia Federal de maneira alguma. Eu sempre elogio a Polícia Federal porque cuidou fisicamente muito bem da minha segurança”, declarou Juiz Odilon.

Em agosto de 2018, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu retirar gradualmente a segurança que agentes federais prestavam ao juiz federal devido a ameaças que sofria em função de sua atuação no combate ao narcotráfico na região de fronteira. O argumento foi de que o magistrado tinha se aposentado no ano anterior e, segundo órgãos técnicos de segurança pública, as supostas ameaças a sua integridade física não se sustentavam a ponto de justificar a proteção constante de agentes de Polícia Federal. A candidatura do juiz ao governo de Mato Grosso do Sul, em 2018, foi fator determinante para justificar a descontinuidade da escolta.

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Juiz Odilon de Oliveira durante entrevista ao podcast Política de Primeira (Foto: Nathália Rabelo)

Odilon de Oliveira destacou ao Política de Primeira que vários episódios de ameaça de morte, atentado, tentativa de assassinato e emboscada ficaram marcados para ele.

“Por exemplo, quando houve uma tentativa de assassinato no hotel do Exército. Em Ponta Porã eu não ficava hospedado em hotel comum porque era muito arriscado. Ali foi bem difícil. Um dia eu acordei na madrugada com cheiro de fumaça e um estampido. Estava a uns 15 metros de onde houve a troca de tiros. Ali foi complicado, porque acordei na escuridão e com cheiro de fumaça e falei: é hoje. Tentaram entrar no hotel e o Exército dava segurança mais a Polícia Federal e houve uma reação. No fundo do hotel de trânsito o muro era baixinho, aí aquela pessoa foi se aproximando com uma lanterninha, o soldado viu aquilo ali e achou estranho. Aí foi chamar o sargento, ele acordou, veio, deu voz pro cara parar e se identificar e o cara respondeu com um tiro. Aí o sargento revidou e o sujeito correu. Depois descobriu-se que tinha outros veículos e pessoas dando cobertura pra aquela pessoa. Foi bem complicado.”

“Ali em Ponta Porã eu só escapei por causa da Polícia Federal e do Exército, que fizeram um trabalho excelente e deram muita cobertura, porque a atuação nossa ali era ferrenha.”

“Depois, em Ponta Porã, outro episódio, eu não pude mais ficar no hotel do Exército porque entendeu-se que eu estava atraindo violência pro hotel. Eu saí e fui pra um hotel que fica na esquina. Eu perdi a escolta militar, só a Polícia Federal. No terceiro dia que eu tive lá, tentaram invadir o hotel. Tinha garagem no fundo do hotel e havia um guarda que cuidava da garagem que era paraguaio. Aquele portão era sempre lacrado e meu carro era blindado. Eu saía cedinho pra fazer ginástica com a escolta, todo mundo armado de fuzil. Descia um agente pra fazer fiscalização no veículo, olhar por baixo, ver se não tinha explosivo. O agente desceu pra movimentar o carro e colocar na direção do portão e ele percebeu que o portão estava com uma fresta aberta e o guarda não estava. Eu ia descer. O cara ia me alvejar ali de fora. O agente percebeu que tinha um veículo parado lá na calçada, suspeito, com três elementos dentro. Ele compreendeu, era um agente antigo e experiente, avisou no rádio que a gente parasse. Já estava descendo. A equipe toda tentou pegar os caras, já compreendeu que era uma armação. O carro fugiu pro Paraguai. Daí fui pra academia mesmo. No trajeto, a Polícia Federal de Campo Grande, serviço de inteligência, ligou e falou: oh, está acontecendo qualquer coisa aí. Confirmou efetivamente que era uma emboscada. Eu não tinha escapatória. Dali da academia eu não voltei mais pro hotel, já fui pro Fórum. Os agentes foram no hotel, pegaram toda a minha bagagem, daí que fui morar no Fórum.”

O juiz federal aposentado morou no Fórum de Ponta Porã por aproximadamente quatro meses.

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