O levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que, além da alta do dólar, o poder de compra dos brasileiros está sendo impactado, exigindo um maior gasto para adquirir os mesmos produtos de antes.
O dólar ficou mais caro. Para quem quiser comprar a moeda, terá que pagar 5 reais e 80 centavos por cada 1 dólar, o que representa uma alta de 0,56%.
Esse aumento ocorreu porque os EUA passaram a cobrar mais impostos sobre aço e alumínio, com uma tarifa de 25% entrando em vigor. Ou seja, a dificuldade de adquirir esses materiais pode impactar a economia mundial.
Impactos no Brasil
Além do encarecimento do aço e alumínio importados dos EUA, o Brasil enfrenta uma aceleração da inflação. De acordo com o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 1,31% em fevereiro, acumulando alta de 5,06% nos últimos 12 meses.
Esse foi o maior avanço para o mês de fevereiro desde 2003, impulsionado principalmente pelo reajuste das mensalidades escolares, que elevou o grupo de Educação em 4,70%, e pelos aumentos nas tarifas de energia elétrica, água e esgoto, que fizeram o grupo de Habitação subir 4,44%.

Isso significa que os consumidores precisam gastar mais para adquirir os mesmos bens e serviços que antes.
Para o especialista em trade e investimentos Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, ”com inflação mais pressionada pode levar a uma revisão na trajetória da taxa de juros, tornando os cortes na Selic mais difíceis. Ele explicou que, com juros elevados, o crédito se torna mais caro, o consumo tende a ser reduzido e, no longo prazo, surgem desafios adicionais para o crescimento sustentável da economia.”
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Cenário internacional
No cenário internacional, os dados de inflação também chamaram atenção. Nos Estados Unidos, os preços subiram 0,2% em fevereiro, desacelerando em relação à alta de 0,5% em janeiro. Ou seja, os preços continuam subindo, mas em um ritmo mais lento.
No entanto, os impactos da nova política tarifária americana ainda geram preocupações sobre uma possível recessão nos EUA, além do agravamento da queda dos preços na China (deflação).
Em fevereiro, a economia chinesa registrou uma deflação de -0,2% em comparação a janeiro, tendência que pode se intensificar com a redução da demanda externa.