Novas regras fiscais do governo Trump estão forçando fabricantes solares chineses a reduzir sua presença nos Estados Unidos. A Lei “One Big Beautiful Bill”, assinada recentemente, impede que empresas com participação chinesa significativa recebam créditos fiscais que incentivem a produção doméstica de tecnologias limpas.
Nos últimos sete meses, JA Solar e Trina Solar venderam fábricas nos EUA, enquanto outras empresas chinesas reavaliam seus negócios no país. A JA Solar vendeu sua fábrica de painéis em Phoenix, Arizona, para a americana Corning, que pagou mais do que o valor investido inicialmente pela chinesa. Trina Solar vendeu sua fábrica no Texas para a T1 Energy, recebendo participação acionária e acordos comerciais.
A lei limita créditos fiscais para empresas com pelo menos 25% de participação chinesa, afetando a viabilidade econômica de muitos projetos. “É um golpe enorme”, disse um executivo chinês, que pediu anonimato.
Apesar das dificuldades, a demanda por energia renovável nos EUA segue forte, impulsionada pelo crescimento da inteligência artificial. Contudo, o endurecimento das regras tem causado incertezas, levando algumas empresas a considerarem reestruturações ou venda de ativos.
O governo americano argumenta que as restrições visam proteger a indústria local de energia solar e evitar dependência da China. No entanto, críticos afirmam que as medidas podem frear o desenvolvimento do setor nos EUA e entregar mercado para produtos chineses subsidiados.