Pssica é a nova aposta brasileira da Netflix. Com drama intenso, elementos do tráfico de pessoas e sexual, busca por vingança e a vivência no mundo do crime, a minissérie acompanha a jornada de três personagens cujas histórias se cruzam de forma inesperada nos rios da Amazônia Atlântica.
Janalice (Domithila Cattete) tem a vida transformada após ser raptada por uma rede de tráfico humano. Preá (Lucas Galvino) precisa aceitar seu destino como chefe de uma gangue de “ratos d’água” — criminosos que atuam nos rios da região. Já Mariangel (Marleyda Soto) busca vingança pela morte da família. Todos tentam sobreviver à “pssica”, ou maldição, que acreditam ter sido lançada sobre eles. A trama é inspirada no livro homônimo do escritor paraense Edyr Augusto.
Em entrevista ao Metrópoles, o elenco ressaltou a importância de dar visibilidade a essa história, destacando a força de seus personagens na retratação de violências comuns não só no interior do Pará, mas também em várias regiões do Brasil, da América Latina e do mundo.
Veja a entrevista:
Série provoca reflexões
Lucas Galdino interpreta Preá, um jovem que enfrenta intensos conflitos internos. Membro do grupo de criminosos conhecido como “ratos d’água”, ele também deseja abandonar a vida que lhe foi imposta. Para o ator, todos os personagens compartilham o desejo de mudar a realidade em que vivem — e isso, por si só, já demonstra a coragem de muitas pessoas com histórias semelhantes.
“[Os personagens] têm uma insistência em mudar o cenário em que vivem, em buscar uma certa justiça. E têm essa coragem também, ligada à não desistência, ao não normalizar as coisas. Eles estão sempre no limite, e esses encontros também nascem disso”, frisou o ator.


Domithila Cattete como Janalice em Pssica
Aline Arruda/Netflix

Ana Luiza Rios como Lizete, Domithila Cattete como Janalice e Bruno Goya como Pedro em Pssica
Diego Formiga/Netflix

Lucas Galvino como Preá e Domithila Cattete como Janalice em Pssica
Aline Arruda/Netflix

Marleyda Soto como Mariangel em Pssica
Divulgação/Netflix

Lucas Galvino como Preá em PSSICA
Aline Arruda/Netflix
Domithila Cattete reflete sobre a importância de dar visibilidade à realidade vivida pelas pessoas em Belém e no Marajó. Segundo a atriz, por mais que a violência nesses lugares aconteça de forma diferente, essas situações se repetem em todo o mundo.
“Então quando a gente trás visibilidade, a gente abre portas para investimento e melhorias. É importante que as pessoas vejam e tragam esses temas para dentro de si e não deixem de ver porque é violento, porque é desconfortável. É importante refletir sobre para a gente dar visibilidade sobre, que é esse primeiro passo que a Netflix está fazendo, e a gente precisa conversar, debater e melhorar essa realidade com mais investimentos públicos em relação a isso”, afirmou Domithila.
Já Marleyda Soto destaca como a série consegue mudar a visão do público para com a realidade que várias pessoas vivem.
“Os últimos projetos do Netflix falam justamente isso, sobre contar nossas histórias, abordar as nossas realidades e a questão da escravidão humana, tráfico sexual de pessoas, a pirataria, a violência, crime ilegal são temas importantes de falar e quanto mais os conhecemos, não vamos ver apenas como nos jornais ou de televisão, que são onde normalmente eles estão”, analisa a atriz.
“Então é também um convite para que o espectador não seja mais o mesmo quando termine de ver a série. O espectador vai ser um quando começar a ver Pssica mas será outro quando a série terminar”, pontua.
Dirigida por Quico Meirelles, com um episódio dirigido e produzido por Fernando Meirelles (indicado ao Oscar por Cidade de Deus), Pssica estreia no dia 20 de agosto na Netflix.