Sinop, 17/08/2025 15:53

A terrível história por trás da série A Mulher da Casa Abandonada

O mistério da mansão em ruínas no bairro de Higienópolis, em São Paulo, se transformou em um dos casos criminais mais chocantes já revelados no Brasil. A história de Margarida Bonetti — a mulher que vive reclusa em um casarão tomado pelo abandono — volta agora ao centro das atenções com a estreia da minissérie A Mulher da Casa Abandonada, no Prime Video.

A produção expande o enredo que, em 2022, ganhou repercussão nacional com o podcast de Chico Felitti, mas desta vez dá protagonismo a Hilda Rosa dos Santos, a verdadeira vítima do casal Bonetti.

Escravidão em plena capital americana

Nos anos 1970, Margarida se casou com o engenheiro Renê Bonetti, contratado por uma empresa que produzia satélites e foguetes para a NASA. Juntos, mudaram-se para Maryland, nos Estados Unidos, levando Hilda, uma empregada doméstica negra, analfabeta e vinda do interior de Minas Gerais.

O que parecia uma oportunidade de uma vida melhor se transformou em um pesadelo. Segundo a investigação do FBI e relatos de vizinhos, Hilda passou décadas sendo mantida em condições análogas à escravidão. Ela vivia confinada no porão da casa, dormia em uma cama improvisada, se alimentava de restos de comida e tinha a geladeira trancada com cadeado para impedir que pegasse mantimentos.

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Hilda dos Santos

Divulgação

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Hilda teve sua liberdade roubada pelo casal Bonetti

Divulgação

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A Mulher da Casa Abandonada

Reprodução

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Margarida Bonetti foi acusada de ter mantido uma mulher nos Estados Unidos em condições análogas à escravidão

Fábio Vieira/ Metrópoles

Relatos da própria Hilda, exibidos na série, mostram que ela sofreu ameaças, agressões físicas e abandono médico mesmo quando enfrentava sérios problemas de saúde, como um tumor abdominal e uma infecção grave na perna. Vizinhos relataram ver hematomas em seu corpo e, em alguns momentos, chegaram a acolhê-la às escondidas.

Justiça nos EUA e fuga para o Brasil

O caso foi investigado pelas autoridades americanas no início dos anos 2000. Renê Bonetti foi condenado a seis anos e meio de prisão e obrigado a pagar indenização de US$ 110 mil a Hilda. Margarida, porém, fugiu para o Brasil e passou a viver na mansão da família em Higienópolis, região central de São Paulo.

Como o Brasil não extradita seus cidadãos, Margarida nunca voltou aos Estados Unidos para responder ao processo. Oficialmente, ela permanece foragida da Justiça norte-americana. Durante anos, foi vista pelas ruas de São Paulo coberta por uma pomada branca no rosto, alimentando o mistério em torno da “mulher da casa abandonada”.

O reencontro com Hilda

Com o sucesso do podcast, pistas sobre o paradeiro de Hilda começaram a surgir. A diretora da minissérie, Kátia Lund, viajou aos Estados Unidos e conseguiu localizá-la. Hoje, Hilda vive reclusa, mas aceitou contar diante das câmeras os detalhes do que sofreu durante décadas.

O enredo que começou com a curiosidade de um jornalista sobre uma mansão abandonada revela, na verdade, um dos capítulos mais perturbadores da relação entre Brasil e Estados Unidos. Uma mulher da elite paulista que se refugiou no sobrenome da família para escapar da Justiça, e uma empregada invisível que resistiu ao silêncio e à violência.

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