Desde a campanha eleitoral, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), já demonstrava insatisfação com o sistema de radares eletrônicos da cidade, afirmando que o modelo vigente prioriza a arrecadação em vez da segurança. Ele defendia mudanças no formato da fiscalização e a substituição dos radares por lombadas eletrônicas e outras formas de controle de velocidade.
Recentemente, Abílio voltou a criticar os equipamentos, classificando-os como uma espécie de “caça-níqueis” que penaliza os motoristas sem necessariamente contribuir para a redução de acidentes.
“Eu não tô muito preocupado com a arrecadação vinda de radar. A minha preocupação é o trânsito ser seguro e de qualidade para a população”, afirmou o prefeito.
O contrato atual, que estava previsto para encerrar em julho, motivou a abertura de um novo processo licitatório para garantir a continuidade dos serviços, especialmente nos pontos onde há determinações judiciais ou recomendações do Ministério Público — locais que, segundo o prefeito, “salvam vidas” e não podem ter a fiscalização removida de forma abrupta.
Abílio também informou que solicitou a retirada de radares em áreas onde o trânsito já está controlado e defende uma abordagem mais equilibrada, com soluções como faixas elevadas e lombadas eletrônicas. “Não é o radar que é necessário. É necessário algum tipo de controle de velocidade. Pode ser lombada eletrônica, faixa elevada… Cada caso exige uma solução diferente”, afirmou.
Como exemplo, o prefeito citou as intervenções feitas no Córrego do Barbado, onde foram implantadas faixas elevadas que permitem a travessia segura de pedestres, inclusive cadeirantes, sem comprometer a acessibilidade.
Ao ser questionado sobre o impacto da possível redução de radares na arrecadação da prefeitura, Abílio foi direto: “Não é esse o meu interesse principal”.