O prefeito Abilio Brunini (PL) revelou que está cogitando privatizar a educação pública de Cuiabá. O gestor argumenta que o Município tem feito investimentos altos, tanto em infraestrutura quanto em folha salarial, mas não tem obtido resultados satisfatórios em relação à qualidade do ensino básico. A terceirização deve se dar por meio de parcerias com a iniciativa privada. Abilio conversou com a imprensa nesta manhã de quinta-feira, 17 de julho, na sede da Câmara Municipal de Cuiabá.
“No ano que vem vamos ter parcerias com a iniciativa privada, vamos abrir vagas nelas e vamos avaliar todos os desempenhos aqui do Município e, se tiver a oportunidade de terceirizar a Educação do Município contratando pela iniciativa privada, quem vai ministrar as aulas no nosso município, se a gente for fazer com um percentual, também nós faremos”, afirmou.
– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Embora ainda esteja em fase de elaboração, o prefeito já adiantou alguns detalhes que permitem prever o funcionamento do projeto, caso seja colocado em prática.
A terceirização pode se dar por duas vias: levando alunos da escola pública para unidades particulares e também passando a gestão de parte dessas escolas para a iniciativa privada.
“Faço licitação, faço participação público-privada (PPP), deixo a iniciativa privada usar uma de nossas estruturas, eles reformam, colocam os profissionais, eles dão aulas e usam a nossa estrutura para isso”, pontuou.
Para este ano, anunciou o prefeito, os profissionais da educação serão constantemente cobrados por resultados. Abilio inclusive adiantou que já repassou ao secretário de Educação, Amauri Monge, para que elabore avaliações rigorosas, com possibilidade de penalização por falta de resultados.
“Pro Amauri eu já passei as determinações: de criar os critérios mais rigorosos de avaliação e nós vamos cobrar sim a avaliação dos profissionais da educação e aqueles que não corresponderem, vamos até abrir até processos administrativos com aqueles que fizerem corpo mole dentro de sala de aula”, revelou.
A qualidade da educação básica não tem agradado o prefeito. Ele destaca que a maioria absoluta dos alunos não consegue fazer operações básicas de matemática, assim como tem dificuldades com a língua portuguesa.
Brunini pontua que a Prefeitura faz investimentos milionários na Educação, com manutenção predial, compra de uniformes e materiais escolares, aumento salarial e, mesmo assim, a capital mato-grossense desponta entre as piores capitais do país e perde, até mesmo, para a maioria dos municípios do interior.
A relação entre o prefeito e os profissionais da educação já anda estremecida. Nos últimos dias, Abilio apresentou um projeto de lei para modificar a interpretação legal de que o recesso dos professores seja incorporado às férias, resultado na obrigatoriedade de o Município pagar 1/3 de férias também durante este descanso, sempre gozado no meio do ano.
Embora a interpretação não seja novidade, os profissionais nunca receberam este recurso, o que resultou em uma série de ações judiciais. Após o projeto de lei virar polêmica, Abilio entrou em consenso com vereadores e retirou o texto de pauta.
Isso, porém, não foi suficiente para apaziguar os ânimos. Nesta quinta-feira, o prefeito deixou claro que, caso não haja uma mudança significativa nos resultados, vai investir cada vez menos na relação com o sindicato da categoria, o Sintep-MT.
