O advogado e desembargador aposentado Sebastião Coelho anunciou que deixou a defesa de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele alegou questões de saúde e disse também que está em uma “guerra” contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e precisa se posicionar.
Em um vídeo publicado no Instagram, onde tem mais de 650 mil seguidores, o ex-desembargador afirmou que após o julgamento do “núcleo dois” da denúncia da trama golpista, na última terça-feira (22), que tornou réus Filipe Martins e outros cinco envolvidos, refletiu que o país vive uma “guerra”.
Coelho disse que “falou sobre paz” durante sua sustentação oral, na tribuna da Primeira Turma, mas foi surpreendido: “O ministro Alexandre de Moraes disse claramente que não pode ter anistia para os golpistas. Quer dizer, politizando o julgamento técnico jurídico”.
“Depois de refletir sobre tudo isso, eu cheguei à conclusão que nós estamos numa guerra. E essa guerra tem um lado, que é o Supremo Tribunal Federal, e do outro lado os oprimidos. Eu resolvi que eu vou me alistar no exército dos oprimidos“, completou. Para Coelho, ao atuar da defesa de Filipe, seus posicionamentos ficavam limitados.
E acrescentou: “Têm certas situações que eu precisaria comentar, passar até uma orientação para as pessoas que me buscam, mas eu fico limitado por conta da responsabilidade com a defesa do Filipe Martins”.
No julgamento da Primeira Turma do STF, na última terça-feira (22), por unanimidade, os ministros aceitaram a denúncia apresentada contra o “núcleo dois” dos acusados de tentativa de golpe de Estado. O grupo, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), gerenciou as ações do grupo que teria atuado para manter Bolsonaro no poder, a despeito da derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).