Sinop, 28/09/2025 19:28

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Alta Floresta tenta atrair nova companhia aérea, mas mobilização carece de embasamento técnico

Com o anúncio da Azul Linhas Aéreas de que deixará de operar voos diretos entre Alta Floresta e Cuiabá a partir de 1º de julho, representantes da sociedade civil organizada iniciaram uma mobilização para tentar atrair uma nova companhia aérea para o município. A ação, liderada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), resultou em um ofício enviado à Latam Airlines solicitando a análise da viabilidade da rota. O documento contou com a assinatura de cerca de 20 entidades da região e apoio da Câmara de Vereadores.

Apesar da intenção positiva, especialistas apontam que a estratégia adotada até o momento peca pela ausência de embasamento técnico. O simples envio de um ofício, sem um estudo detalhado de viabilidade econômica, sem dados concretos sobre a demanda reprimida e sem projeções de taxa de ocupação, dificilmente resultará em decisões comerciais por parte de uma companhia aérea.

Além disso, não há registros de articulação junto a esferas essenciais do setor, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Secretaria Nacional de Aviação Civil ou o Governo do Estado, que poderiam viabilizar incentivos logísticos e regulatórios.

O prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba, se reuniu com o governador Mauro Mendes, no encontro, o prefeito entregou pessoalmente um ofício solicitando apoio para o retorno do voo da Azul Linhas Aéreas entre Alta Floresta e Cuiabá, rota suspensa recentemente pela companhia. O prefeito lembrou que a Azul é beneficiada por incentivos fiscais estaduais, como a redução de 84% no ICMS sobre o querosene de aviação, o que contribui para a viabilidade da linha.

A suspensão da rota pela Azul se insere no contexto de recuperação judicial da empresa, que realiza ajustes operacionais e descontinua rotas com baixa rentabilidade. Mesmo sendo a única companhia a operar voos comerciais em Alta Floresta nos últimos anos, sua decisão evidencia a fragilidade econômica da linha, o que torna ainda mais indispensável um planejamento técnico rigoroso por parte dos interessados em mantê-la ativa.

Ao focar exclusivamente na Latam, operadora com perfil voltado a grandes centros urbanos e aeroportos com maior infraestrutura, a mobilização local ignora companhias regionais menores que poderiam ser alternativas viáveis, como VoePass, Abaeté ou MAP. Essa limitação estratégica reduz as chances de sucesso e evidencia a falta de uma análise de cenário ampla.

Embora se reconheça o potencial de Alta Floresta como cidade polo regional, esse argumento, isolado, não é suficiente para convencer empresas do setor aéreo, que operam com base em dados e rentabilidade. Já houve, inclusive, tentativas anteriores de apresentar o município como alternativa viável, como em 2024, quando o Governo do Estado encaminhou documentos a diversas companhias, mas sem dados consistentes e atualizados, nenhuma avançou.

A necessidade de voos regulares em Alta Floresta é real, mas a resposta à crise atual exige mais do que declarações de intenção. É preciso abandonar a lógica de apelo institucional e partir para a construção de uma proposta técnica robusta, baseada em dados, com viabilidade econômica clara, articulação multissetorial e visão de médio e longo prazo. Caso contrário, o risco é que os esforços fiquem restritos ao papel e não saiam do campo retórico.

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