Sinop, 05/10/2025 18:03

Ativistas brasileiros vão aos EUA para ‘desmontar versão’ de Eduardo Bolsonaro | Política

Um grupo de ativistas do Brasil esteve nos Estados Unidos em uma missão que durou dez dias e foi vista como oportunidade para refutar as articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em solo americano. Eles defenderam que o Brasil vive sob regime democrático e trocaram experiências sobre temas como direitos humanos.

A atividade foi organizada pelo Washington Brazill Office (WBO), um “think tank” que reúne organizações sociais e acadêmicas e se define como um fórum apartidário e independente. Oficialmente, o objetivo era levar ao país governado por Donald Trump “informações confiáveis” sobre o Brasil, a partir da ótica da sociedade civil. Na prática, segundo pessoas envolvidas nas tratativas, foi possível “desmontar” as versões que Eduardo espalha sobre o país.

A série de compromissos, em Nova York e Washington, contou com a participação de 19 organizações. Entre elas, estavam a Ação da Cidadania, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Integrantes da missão de brasileiros organizada pelo WBO (Washington Brazill Office) durante encontro nos Estados Unidos com o deputado democrata James McGovern (no centro, de óculos), um dos autores da Lei Magnitsky — Foto: Divulgação/arquivo pessoal

“A comitiva buscou levar informação confiável a interlocutores americanos que, de outra forma, teriam acesso apenas às informações dadas pela família Bolsonaro ou por membros das duas comitivas que foram anteriormente aos EUA, uma de empresários e outra de membros do governo brasileiro”, diz o diretor-executivo do WBO, Paulo Abrão.

O roteiro para entregar “informações verídicas, aferíveis e confiáveis”, segundo ele, incluiu encontros com centros independentes de estudo, uma central sindical, deputados e senadores de todos os partidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA)  e o Departamento de Estado, além de segmentos civis.

Agora, a expectativa é pelo avanço de algumas propostas. Segundo Abrão, membros do Congresso indicaram que devem acompanhar a evolução, em cortes americanas, de processos sobre a legitimidade da aplicação da Lei Magnitsky sobre brasileiros, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, sinalizaram disposição de incidir nas ações judiciais que questionam as bases técnicas para a aplicação das tarifas de importação.

Encontro com autor da Lei Magnitsky

A socióloga Gisele Agnelli, que integrou a missão como porta-voz da Rede pela Soberania — coalizão criada após a ofensiva de Trump —, diz ter levado “a indignação da sociedade civil com os ataques americanos ao Brasil”.

Gisele ressalta o encontro com o deputado democrata James McGovern, um dos autores da Magnitsky. “Pudemos agradecer pela carta que ele escreveu ao governo Trump [repudiando o uso distorcido da lei], mas alertá-lo de que isso pode ir além”, afirma a ativista, acrescentando que o grupo buscou “quebrar a contranarrativa bolsonarista”.

Questionado, Abrão evita relacionar a viagem da delegação ao lobby de Eduardo. Foi sob a justificativa de que o Brasil enfrenta uma “ditadura do Judiciário” que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados nos EUA influenciaram na imposição do tarifaço e de sanções a membros do STF e do governo federal.

“A comitiva esteve focada em tratar de temas, não de alguma pessoa em particular, seja quem for. É inevitável, entretanto, que tudo se cruze, pois esses temas estão sendo levado aos EUA por setores extremistas com perspectivas opostas”, diz o diretor.

Para ele, a comunidade internacional precisa estar bem informada “sobre o que ocorre no Brasil a partir de vozes mais independentes, distantes de interesses econômicos ou partidários”.

Os brasileiros da missão notaram curiosidade dos interlocutores a respeito da democracia e do processo eleitoral brasileiros, além do julgamento que resultou na condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Abrão relata que foram muitas as perguntas sobre “o devido processo legal no STF e a liberdade de expressão, pois são os principais pontos de desinformação produzidos pela extrema-direita”. Na época das eleições de 2022, o WBO também liderou articulações nos EUA em defesa da democracia, que contribuíram para o rápido reconhecimento do resultado da disputa presidencial.

Procurado, Eduardo Bolsonaro não respondeu à reportagem.

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