Em meio ao movimento do PSDB de incorporar o Podemos, as duas principais lideranças tucanas de Mato Grosso do Sul podem seguir caminhos diferentes. O ex-governador Reinaldo Azambuja afirmou, ao podcast Política de Primeira, que está avaliando o convite do PL e que o governador Eduardo Riedel também foi convidado para a sigla, mas que não sabe “se é inteligente” os dois irem para o mesmo partido.
“Existe um convite. Esse convite foi feito em 2024, quando do apoio do PL à candidatura do Beto Pereira, presidente Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e Rogério Marinho, que estavam na sala, eu e governador Eduardo Riedel. Já tem o convite e o que nós dissemos sempre ao presidente: vamos fazer uma transição, pra onde o PSDB vai”, declarou Azambuja.
“Existe uma discussão. Eu estive com o presidente Bolsonaro, foi reiterado o convite a mim e ao governador Eduardo Riedel. Depois do encaminhamento do PSDB, nós estamos liberados pra sentar. Porque quando você faz um convite pra uma pessoa vir pro partido, de que forma eles querem o Reinaldo e o Riedel, pra gente ir pra presidência do partido e fortalecer o partido, pra trazer novas lideranças, trazer prefeitos, trazer candidatos. Fortalecer o partido. Ou é permanecer com os atores que estão ali dentro e lá só a cabeça, o Reinaldo vai pra lá e vira presidente do partido. Não queremos construir partido assim. Se eu for ao PL, que eu não tenho nada contra, nós vamos pra fazer um partido mais robusto, mais forte, com uma estrutura política maior, pra poder debater os grandes temas.”
“O convite foi feito a nós dois. Gostaria de ter o Reinaldo, pré-candidato ao Senado, o governador também. Agora, o tabuleiro, será que é inteligente ir os dois pro mesmo partido? Muitas vezes, você tem o senador em um partido e o governador em outro partido, você tem ainda uma vaga de Senado pra ser discutida com outra agremiação e tem a vice também. Tô falando dos quatro eixos da majoritária. Fora isso você tem as proporcionais, que é montar 25 candidatos a deputados e deputadas estaduais, 9 deputados e deputadas federais. É possível que a gente possa ir pro mesmo partido, mas não sei se é inteligente.”
“A gente não tem pressa. Aqui a gente conversa com todos os partidos. O MDB, que já foi adversário, que disputou as últimas três eleições contra nós hoje é um partido aliado, o Republicanos é um partido aliado, o PSD é um partido aliado. O PP com o União Brasil, União é a ex-deputada Rose, que foi minha vice, o PP a Tereza Cristina, as duas maiores lideranças, esses dois partidos se uniram. E a gente tem uma boa relação.”

Beto Pereira nas Eleições 2024
Durante o podcast Política de Primeira, Reinaldo Azambuja falou sobre os motivos do PSDB ter perdido na eleição para prefeitura de Campo Grande em 2024. O deputado federal tucano Beto Pereira obteve 115.516 votos (25,96%) e ficou em terceiro lugar no 1º turno. A prefeita Adriane Lopes (PP) foi reeleita no 2º turno contra Rose Modesto (União Brasil).
“Grande quadro, político bom, acho que o Beto errou um pouco no tom da campanha, uma campanha muito agressiva e o campo-grandense é uma pessoa mais conservadora, mais tranquila. E acredito que faltou um pouco, gostando ou não gostando, usar a liderança do presidente Bolsonaro. Já que o PL estava no palanque, participação mais do presidente, existe uma liderança. E o Beto ficou meio em dúvida com esse voto da direita. Mas o Beto está escondendo o presidente, aí no momento de decisão, esse voto foi mais pra prefeita. Abandonou o Beto e abandonou a Rose também, que estava no governo Lula. O Beto ficou meio que em dúvida se ele era realmente de direita, se ele era de esquerda. Na dúvida, o eleitor foi mais pro lado da Adriane, o que consolidou ela no segundo turno. Acho que foi um erro estratégico, a meu ver, de não ter usado a liderança do presidente pra consolidar mais o voto da direita na política que ele defende”, destacou Azambuja.
