Dos cerca de US$ 40 bilhões do portfólio de 122 projetos aprovados pelo Novo Banco do Desenvolvimento (NBD) desde sua criação, em 2015, US$ 22,4 bilhões foram desembolsados, informou neste sábado (5) a presidente da instituição financeira, Dilma Rousseff. Ao conversar com veículos de imprensa brasileiros e estrangeiros ao fim do 10º Encontro Anual do banco, falou sobre os avanços na operação, a retomada de captação de recursos no mercado, inclusive em moedas além do dólar.
Ao assumir a presidência do NBD, conhecido como o banco do Brics, em abril de 2023, a instituição tinha ficado 15 meses sem emitir títulos e enfrentava problemas de liquidez. A partir daí, a captação de recursos foi retomada e os custos estão se reduzindo nos diferentes mercados que o banco atua, segundo ela.
“Estamos reduzindo sempre a taxa de juros nos diferentes mercados em que atuamos. […] Inclusive temos o melhor desempenho no mercado de panda bonds [os títulos panda, como são conhecidos os títulos em moeda chinesa]”, afirmou Dilma.
Na sua leitura, os avanços se refletiram nas notas do banco por diferentes agências de classificação de risco (AA e AAA). No momento, o banco tem avançado na estratégia de emissão em moedas além do dólar, de modo a reduzir os riscos para governos e empresas que buscam recursos junto ao banco. Está em debate no momento a captação de recursos nos mercados do Japão e dos Emirados Árabes Unidos.
Ampliar o financiamento e a captação de recursos em moedas locais é uma das prioridades do NBD, de acordo com Dilma: “Temos que providenciar um suporte de investimentos para os governos soberanos e para o setor privado e garantir que isso seja feito no menor risco possível. Quando [o tomador] pega o empréstimo em outra moeda, como o dólar ou o euro, e há alguma alteração na política monetária do detentor da moeda […] tem consequência para o tomador”.
No ano passado, foi feita a primeira operação de financiamento do NBD entre duas moedas locais – yuan e real – para projeto da empresa chinesa State Grid no Brasil, revelou o vice-presidente do banco, Vladimir Kazbekov.
Vinte e nove dos 122 projetos aprovados pelo NBD estão no Brasil. Foram US$ 7 bilhões em projetos, dos quais US$ 4 bilhões em recursos desembolsados. O país representa 18% de todos os desembolsos da instituição.
Colômbia e Uzbequistão foram anunciados como os novos países-membros do NBD. Apesar de ser conhecido como o banco dos Brics, a formação do NBD e do bloco é diferente.