O bitcoin (BTC) opera perto da estabilidade nesta segunda-feira (24) com os investidores ainda cautelosos desde que a exchange Bybit sofreu um ataque hacker na última sexta-feira (21). Foram roubados US$ 1,4 bilhão em criptomoedas ether (ETH) em um crime que teria sido cometido pelo Lazarus Group, da Coreia do Norte, de acordo com especialistas. No entanto, a corretora manteve os saques em sua plataforma e garantiu ter capital o bastante para cobrir o rombo e pagar seus clientes.
Perto das 10h31 (horário de Brasília), o bitcoin tem leve variação positiva de 0,1% em 24 horas, cotado a US$ 95.973 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 4,2% a US$ 2.690, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 3,26 trilhões. Em reais, o bitcoin opera estável a R$ 551.548, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, cai 2,7% a US$ 2,49. Já a solana registra perdas de 5,8% a US$ 159,68 e o BNB (token da Binance Smart Chain) recua 2% a US$ 643,37.
Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado na sexta um saldo líquido negativo de US$ 62,9 milhões, no quarto pregão consecutivo de saída de capital. O principal responsável pelo fluxo negativo foi o GBTC, da Grayscale, com US$ 60,1 milhões de excesso de vendas de cotas em relação às compras. Já entre os ETFs de ether, o dia foi de um fluxo negativo de US$ 8,9 milhões. Quem impulsionou os números foi o ETHW, da Bitwise, que respondeu por todo o saldo de saídas.
Segundo Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, o ânimo dos investidores que levou o bitcoin a US$ 99.380 na sexta durou pouco, pois no mesmo dia a criptomoeda foi acometida por uma queda de 4,5% em meio ao caso Bybit. “Com a queda, o preço do bitcoin retornou para dentro do canal paralelo de baixa. Ao analisar o fluxo, podemos observar que entrou um alto volume no topo, o que sugere continuidade de baixa para o preço do bitcoin”, avalia.
Ana destaca que os suportes gráficos de médio e longo prazo para o preço do bitcoin estão nas áreas dos US$ 90.600 e US$ 87.500. “No entanto, caso entre fluxo comprador revertendo o movimento, as resistências de curto e médio prazo estão nas faixas de preços de US$ 98.150 e US$ 102.200”, afirma.
Do lado das altcoins, Bernardo Bonjean, fundador da Metrix, comenta que o destaque ficou com as métricas do setor de finanças descentralizadas (DeFi). “A oferta total de GHO, a stablecoin [criptomoeda de valor atrelado ao de uma divisa tradicional como o dólar] do protocolo Aave (AAVE), atingiu a máxima histórica, próxima a US$ 200 milhões”, diz. “Tal indicador aponta para a liquidez do protocolo e o potencial do ecossistema da tecnologia Aave, mas contrasta com a performance do ativo, que cai cerca de 20% no ano, o que pode sinalizar para um momento de risco-retorno assimétrico em Aave.”
