O bitcoin (BTC) opera em leve alta e parece estar se movimentando em direção às suas máximas históricas, mas a um ritmo muito mais lento do que os investidores de longa data da moeda digital estão acostumados. Além das idas e vindas dos Estados Unidos na guerra comercial, um ponto que dificulta que o rali das criptomoedas ganhe força é a incerteza a respeito da política monetária dos EUA.
Em relatório, a Mercurius Crypto destaca que as chances de um corte de juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de julho caíram de 25% para 5%, ao passo que a probabilidade de redução em setembro recuou de 92% para 64%. “O próprio Jerome Powell [presidente do Federal Reserve, o banco central dos EUA] deixou claro que as possíveis consequências das tarifas são hoje o principal obstáculo para iniciar esse ciclo de cortes”, diz a casa de análise cripto.
Perto das 10h04 (horário de Brasília), o bitcoin sobe 0,5% em 24 horas, cotado a US$ 109.396, conforme dados do CoinGecko. Em reais, o bitcoin apresenta valorização de 0,8% a R$ 599.407, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor. Já o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem alta de 3% a US$ 2.661.
Entre as altcoins, o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, sobe 4,1% a US$ 2,39. Já a solana apresenta ganhos de 1,3% a US$ 154,22 e o BNB (token da Binance Smart Chain) tem leve variação positiva de 0,3% a US$ 662,29.
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo atualmente é de US$ 3,47 trilhões.
Segundo André Franco, CEO da Boost Research, os mercados globais operam sob cautela diante do fortalecimento do dólar, que atingiu as máximas das últimas três semanas impulsionado por novas ameaças tarifárias dos EUA — incluindo uma taxa de 50% sobre o cobre e possíveis tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos. “Embora o mercado cripto continue a se beneficiar de elevada liquidez e do interesse institucional, a ameaça de tarifas pesadas sobre setores-chave pode limitar movimentos mais expressivos de alta”, avalia.
Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado ontem um saldo líquido positivo de US$ 75,3 milhões. Os responsáveis pela entrada de capital foram o IBIT, da BlackRock, com US$ 66,8 milhões de excesso de compras de cotas em relação às vendas; o FBTC, da Fidelity, com US$ 4,8 milhões; e o BRRR, da Valkyrie, com US$ 3,7 milhões.
Entre os ETFs de ether, foi registrado um fluxo positivo de US$ 46,7 milhões. Os alvos da entrada de recursos foram o ETHA, da BlackRock, com US$ 25,3 milhões; o ETH, mini trust da Grayscale, com US$ 9,3 milhões; o ETHE, da Grayscale, com US$ 7,9 milhões; e o ETHW, da Bitwise, com US$ 4,9 milhões.