O bitcoin (BTC) opera em alta nesta quarta-feira (12) após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos relativo a fevereiro. O CPI cresceu 0,2%, abaixo da mediana das projeções dos economistas, que apontava para um avanço de 0,3%. O alívio na inflação melhora o cenário macroeconômico, podendo deixar o Federal Reserve (Fed) mais confortável para reduzir os juros dos EUA este ano, algo que aumentaria a liquidez global e estimularia o apetite por ativos de risco como as criptomoedas.
A leitura positiva da inflação – que chega a 2,8% na base anual, contra 2,9% esperados – era amplamente necessitada pelos investidores diante do cenário de aversão a risco que tinha tomado conta dos mercados. No entanto, os riscos ainda não saíram de cena, pois as tarifas de 25% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na importação de aço e alumínio foram respondidas pela União Europeia com a taxação de produtos tais quais a soja da Louisiana. Hoje, a guerra comercial é um dos principais fatores de incerteza econômica, pois seus impactos na inflação global ainda não são claros.
Perto das 10h35 (horário de Brasília), o bitcoin sobe 3,4% em 24 horas, cotado a US$ 83.983 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem alta de 1,5% a US$ 1.925, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,82 trilhões. Em reais, o bitcoin tem ganhos de 2,9% a R$ 488.796, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, avança 6,5% a US$ 2,24. Já a solana tem alta de 5,1% a US$ 129,33 e o BNB (token da Binance Smart Chain) registra valorização de 3,3% a US$ 562,52.
Usando análise técnica, Rafael Bonventi, analista da Bitget, diz que o bitcoin está atualmente sendo negociado em uma zona de resistência crítica, tentando confirmar que fez fundo ao atingir o suporte dos US$ 77 mil. “A primeira grande resistência está em US$ 83.718, seguida por US$ 84.000 e a extensão da projeção de Fibonacci de 100% em US$ US$ 84.200, que é um ponto-chave de decisão”, afirma. Para Bonventi, um rompimento acima dos US$ 85.470 seria o primeiro sinal de que o momentum comprador está ganhando força, mas uma confirmação de mudança de tendência exigiria uma quebra acima de US$ 86.700.
Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado ontem um saldo líquido negativo de US$ 371 milhões. Foi o quarto pregão consecutivo com saída de capital deste tipo de ativo. Os destaques ficaram por conta do IBIT, da BlackRock, com US$ 151,3 milhões de excesso de vendas de cotas em relação às compras, e do FBTC, da Fidelity, com US$ 107,1 milhões.
Entre os ETFs de ether, o dia foi de um fluxo negativo de US$ 21,6 milhões, no quinto pregão seguido de saques. O ETHA, da BlackRock, respondeu por US$ 11,8 milhões e o FETH, da Fidelity, teve US$ 9,8 milhões de saídas.