A fruta não cai longe do pé. Eduardo Bolsonaro, ou Dudu Bananinha, assim batizado pelo general Hamilton Mourão, então vice-presidente da República e hoje senador, é um perfeito exemplo disso, mais do que qualquer outro dos seus irmãos.
Carlos sumiu – e, se dependesse só dele, jamais seria um político. Mas como o pai o escalou para derrotar sua mãe que pretendia se reeleger vereadora no Rio de Janeiro… Como dizer não a papai? De resto, à época, Carlos era apenas um garoto de 17 anos.
Flávio embarcou com a família para o Japão. De lá, ou de onde estiver, acompanha a agonia do pai, posta mensagens nas redes sociais, apaga-as se alguém mandar, e não se envergonha de ser apontado como o filho mais obediente que Bolsonaro tem.
Anote para conferir depois: se decidir lançar um candidato puro-sangue à sucessão de Lula, Bolsonaro deverá valer-se de Flávio. Carlos não teria estofo, nem gosto. Dudu será o próximo Bolsonaro a agonizar – no seu caso, à distância daqui para não ser preso.
Quanto a Michelle… Bolsonaro não a considera uma puro-sangue. O sangue de Michelle misturou-se com o de Bolsonaro para fazer Laura, a única filha do casal. Michelle é brigona, vez em quando contraria Bolsonaro. Se quiser, tem vaga assegurada no Senado.
Longe do pai, Jair Renan, vereador em Camboriú, Santa Catarina, não seria ninguém. O mesmo não se pode dizer de Dudu, o mais ideologicamente identificado com Bolsonaro, aquele que mais o desafia. Dudu, convenhamos, ganhou luz própria.
Pai e filhos. Semente e frutos. Todos envolvidos na tarefa de prejudicar o país onde nasceram. Traíras, portanto, que como tal serão lembrados ao lado de Domingos Fernandes Calabar (1609-1635) e Joaquim Silvério dos Reis (1756-1819).
Calabar traiu brasileiros e portugueses aliando-se aos holandeses que ocuparam parte do Nordeste entre 1630 e 1654. Preso, foi morto e esquartejado. Silvério dos Reis foi um dos responsáveis por delatar Tiradentes e os demais inconfidentes mineiros.
Os Bolsonaro não renunciam ao intuito de tocar fogo no Brasil, em mais uma tentativa de abolir a democracia. O chefe do clã desrespeita ordens judiciais para apressar sua prisão. Espera que seus seguidores voltem a se rebelar e que Trump os socorra.
O Supremo Tribunal Federal deveria dobrar a aposta e pagar para ver.
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