O ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para realizar um procedimento médico no próximo domingo (14), no Hospital DF Star, em Brasília. O pedido foi encaminhado nesta quinta-feira (4) ao Supremo, acompanhado de relatório médico que recomenda um procedimento dermatológico, com previsão de alta no mesmo dia.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, quando Moraes determinou a medida após entender que o ex-presidente burlou a proibição de usar redes sociais. Segundo o ministro, ele teria recorrido a perfis dos filhos e de terceiros para continuar ativo nas plataformas digitais. Além da prisão, Bolsonaro está monitorado por tornozeleira eletrônica e teve as visitas em sua casa restringidas.
As medidas cautelares estão ligadas ao inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, por suposta articulação com o governo de Donald Trump para adotar retaliações contra autoridades brasileiras e ministros do STF. Nesse processo, Jair Bolsonaro também é investigado por ter enviado recursos, via pix, para custear a permanência do filho nos Estados Unidos.
Além disso, o ex-presidente é réu na ação penal que apura a trama golpista de 8 de janeiro. O julgamento do caso no STF deve ser concluído nesta sexta-feira (12).
Entenda o julgamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga Jair Bolsonaro e outros sete réus apontados como parte do chamado núcleo 1 da trama golpista de 8 de janeiro de 2023. Esse grupo reúne lideranças políticas e militares acusadas de estimular, financiar ou planejar atos contra a democracia brasileira.
O processo começou em 2 de setembro de 2025 e deve se estender até 12 de setembro, com sessões decisivas previstas para os dias 9, 10, 11 e 12. Nesse período, os ministros apresentam seus votos sobre as denúncias formuladas pela Procuradoria-Geral da República.
Bolsonaro responde por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. A Procuradoria sustenta que ele incentivou a insatisfação popular contra o resultado das eleições de 2022 e atuou para fragilizar as instituições.
Se condenado, o ex-presidente pode pegar penas que, somadas, chegam a mais de 20 anos de prisão, além de ficar inelegível. O julgamento é considerado histórico por analisar, pela primeira vez, a responsabilização de um ex-presidente por tentativa de golpe de Estado no Brasil
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