O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o Brasil vai trabalhar para diversificar a economia nacional, em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao país. De acordo com ele, enquanto as negociações com os americanos acontecem, o Brasil tem que reestruturar suas relações comerciais.
“O Canadá já sinalizou que quer estabelecer uma aliança com o Mercosul para não depender tanto dos Estados Unidos. O México, a mesma coisa. Nós, até dezembro, esperamos assinar o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul”, disse Rui a jornalistas nesta segunda-feira, após evento em Salvador (BA).
De acordo com o titular da Casa Civil, com novos parceiros, o Brasil abre portas de um grande mercado para indústria e agronegócio brasileiros. “Vamos continuar trabalhando para diversificar a economia, consolidar as relações multilaterais”, completou.
Na declaração, Rui pontuou que Trump “decidiu brigar com o mundo inteiro”, não apenas com o Brasil. Apesar de criticar a tarifa de 50% anunciada, ele defendeu que o governo busque uma solução diplomática e de negociação. “Eu acho que o Brasil deve agir e vai continuar agindo com muita serenidade, apesar de todas as demonstrações de agressão [dos Estados Unidos]”, comentou.
Como mostrou o Valor, em 2025 o perfil traçado para as viagens internacionais de Lula foi com o objetivo de expandir os parceiros internacionais. Isso foi pensado, inclusive, diante da nova geopolítica global, potencializada pela guerra comercial do presidente dos Estados Unidos e uma forma de reduzir a dependência econômica de alguns países para diminuir a vulnerabilidade nacional.
Em pronunciamento em rádio e televisão na semana passada, Lula afirmou que o governo está construindo parcerias comerciais com a União Europeia, a Ásia, a África e a América Latina e do Caribe, como forma de reduzir o impacto da taxação imposta por Trump. “Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações”, afirmou.
