Sinop, 21/03/2025 17:13

Brasília e o momento

Está em pauta o julgamento de Jair Bolsonaro no STF. O ex-presidente, se condenado, poderia até ir para a prisão. É em torno disso o falatório em muitos lugares. Que, se a decisão for desfavorável ao ex-presidente, ele poderia virar vitima.

Que uma prisão poderia até ser benéfica para ele. O mais aceito sobre o assunto é que essa decisão seria neste ano para não contaminar a eleição de 2026. O que virá depois ninguém sabe.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Arquivo pessoal/redes sociais)

Impressiona como Bolsonaro despertou um lado politico nacional. Esse grupo até hoje não aceita que ele perdeu a eleição. Que houve fraude e por isso ele não continuou no poder. Não adianta dizer que membros das Forças Armadas estiveram perto das votações e das apurações dos votos e não viram nada de errado nos resultados. O bolsonarista raiz não aceita isso. Para ele houve fraude e pronto.

Ficam bronqueados quando se diz, por exemplo, que até Dilma Rousseff foi reeleita e Bolsonaro não. Aí cresce as acusações de corrupção na Justiça eleitoral. Coisas da polarização politica no país.

Outra de Brasília. Decisões do STF sobre a Lava Jato tem chamado a atenção do Brasil e de outros países. Começa a acontecer perdões para a Odebrecht e até para Antônio Palloci. Delações premiadas, onde confessaram os delitos, nada disso vale.

Até devolução que a Odebrechet deveria fazer em milhões de reais poderiam ser perdoadas. Talvez seja um dos motivos que a posição do Brasil na Transparência Internacional caiu: estamos na posição 107 no mundo em percepção sobre corrupção. A OEA também criticou ação recente de Ministro do STF anulando decisões sobre a Lava Jato.

Combater corrupção no país fica mais difícil ainda quando a Suprema Corte decide que, num caso rumoroso, com delações comprovadas, pode ser toda anulada porque uma vírgula estava fora de lugar nesse ou naquele depoimento.

E para piorar, mostra mais de uma noticia, a esposa de um membro de Corte Suprema de Justiça atua como advogada de uma das empresas envolvidas na Lava jato. O que vai pensar o exterior sobre coisas como essa?

Outra mais. Governo federal dizendo que vai tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026. Dói constatar que um país, campeão em produção agropecuário, ainda tem milhões de pessoas passando fome. Pior ainda é constatar que assunto desse porte quase não merece debates no Congresso nacional. Acabar com a fome no país deveria ser um forte tema no Legislativo para empurrar o Executivo a encontrar meios de sair dessa situação.

Na capital federal, os fatos sugerem, se tem mais interesse nas tais emendas parlamentares do que tentar erradicar ou diminuir a fome de milhões de brasileiros. Alguém se lembra de proposta clara e confiável para enfrentar uma situação dessas? Um assunto desse porte não deveria ser parte dos debates para eleição de presidentes? A culpa é nossa, é do eleitor brasileiro.

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