Médicos, professores, ex-pacientes, leitores e amigos se uniram em uma campanha para que o novo Hospital Central de Mato Grosso leve o nome do infectologista Ivens Cuiabano Scaff. A proposta busca reconhecer a trajetória do médico cuiabano, que dedicou sua vida ao cuidado dos mais pobres e ao enfrentamento da epidemia de HIV com empatia e excelência. O hospital deve ser inaugurado em setembro deste ano com atendimento 100% pelo SUS.
Considerado uma unanimidade entre colegas e pacientes, Ivens Scaff faleceu em 2024 e deixou um legado que vai além da medicina. Como professor da UFMT e referência no Hospital Universitário Júlio Müller, formou gerações de médicos e atuou na linha de frente desde os primeiros casos de HIV/Aids em Mato Grosso, ainda nos anos 1980.
Na época em que o preconceito era dominante e o conhecimento científico ainda escasso, Ivens acolhia os pacientes, investigava casos complexos e orientava estudantes e residentes com um olhar profundamente humano. Sua dissertação de mestrado abordou a adesão ao tratamento antirretroviral em Cuiabá.
A proposta para nomear o Hospital Central em sua homenagem ganhou força com apoio popular e institucional. Um abaixo-assinado circula entre profissionais da saúde, leitores e familiares. A iniciativa também conta com o respaldo de parlamentares e deve ser apresentada oficialmente à Assembleia Legislativa.
Legado que vai além da medicina
Ivens foi também um escritor premiado, com mais de 20 livros publicados, entre poesias, literatura infantil e obras educativas. Membro da Academia Mato-grossense de Letras e da Academia de Medicina de Mato Grosso, ele unia ciência e sensibilidade em tudo que fazia. Em um de seus poemas, declarou: “O nome da rainha, Medicina. O da maga, Literatura.”
A previsão do Governo do Estado é que o novo Hospital Central seja entregue em setembro de 2025. A unidade será gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein e funcionará integralmente pelo SUS, com capacidade para atender milhares de pacientes por mês.
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