Tem cidade sul-mato-grossense que pode trocar de nome em breve, dando fim a uma confusão histórica. Localizada a cerca de 194 km de Campo Grande, Rio Verde de Mato Grosso pode passar a se chamar Rio Verde do Pantanal.
Sete Quedas, um dos pontos turísticos mais badalados de Rio Verde de MT. (Foto: Balneário 7 Quedas Do Didi)
A ideia já tem o aval do prefeito e da Câmara de Vereadores da cidade, e o projeto de lei também tramita na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). Agora, cabe à população expressar o que acha da iniciativa.
Nesta terça-feira (24), o presidente da Casa de Leis, Gerson Claro (PP), pediu ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) que realize um plebiscito na cidade, para que os moradores possam votar “sim” ou “não” pela proposta, como manda a lei.
A reportagem questionou o TRE-MS se já há uma previsão para a realização da votação pública e aguarda retorno.
Após o plebiscito e se houver aprovação da população, a Câmara de Vereadores deve aprovar um projeto de lei municipal oficializando a mudança. Em seguida, o prefeito sanciona a lei, e o novo nome passa a ter efeito legal.
Ao encaminhar a demanda à Assembleia Legislativa, o prefeito de Rio Verde de MT, Antônio Sabedotti Fornari (PP), ressaltou que a mudança de nome não é apenas um “desejo simbólico”, mas reflete um “anseio legítimo e atual da comunidade local”.
“Trata-se de uma medida que visa alinhar a identidade do município com seus aspectos históricos, culturais, sociais e, sobretudo, com seu potencial turístico, o qual tem sido cada vez mais reconhecido regional e nacionalmente. (…) Ao valorizar elementos locais de relevância histórica e geográfica, o novo nome proporcionará maior visibilidade, facilitará a promoção do destino como polo turístico e cultural e agregará identidade territorial, fundamental para o desenvolvimento regional sustentável.”
Antônio Sabedotti Fornari (PP).
A atualização também se faz necessária, tendo em vista que o município, obviamente, não fica no Mato Grosso, o que historicamente gera confusão com os demais Estados e “diminui o sentimento de pertencimento dos cidadãos do nosso Mato Grosso do Sul”, argumentou Fornari.
Conforme o prefeito, diversos segmentos da sociedade civil organizada, educadores, historiadores locais e empresários do setor turístico manifestaram apoio à iniciativa.
O empresário José de Oliveira Souza, conhecido como Didi, é um deles. Dono de um dos balneários mais badalados da cidade e que atrai turistas de todo o Estado, Didi ressalta que a mudança não é um mero capricho.
“É uma demanda que existe há pelo menos 30 anos, desde quando eu ainda era vereador, porque as pessoas confundem o nome da cidade. É muito importante a mudança, eu sou favorável.”
José de Oliveira Souza, o Didi.
Amigo do empresário, o engenheiro Edmar Pereira da Silva já foi secretário de Obras em Rio Verde, no ano de 2008, e lembra um dos muitos transtornos que presenciou por conta de confusões com o nome da cidade.
“Lembro de uma ocasião em que solicitamos toda a estrutura para um rodeio que íamos realizar na cidade. A carga foi parar em Rio Verde de Goiás, GO. Então, não é só um capricho, é uma mudança necessária. Sem falar que Rio Verde do Pantanal é lindo, vai chamar a atenção do mundo inteiro. Afinal, quem é que não gosta do Pantanal?”
Edmar Pereira da Silva.
Conheça Rio Verde de MT
Referência em turismo rural e de aventura, Rio Verde de Mato Grosso chama atenção pelo seus rios e cachoeiras de água cristalina, com muitas pousadas, fazendas e balneários para contemplação da natureza.
Em dezembro, o município completo 72 anos de uma história marcada pela passagem das tropas imperiais durante a Guerra do Paraguai e até a exploração de lavras de pedras preciosas nos rios da região, no início da segunda década do século XX.
Muito antes de passar a ser habitada por imigrante os donos das terras que hoje constituem o Município de Rio Verde de Mato Grosso foram os índios caiapós.