Era para ser mais uma tarde comum de pescaria para Gean Marcelus dos Santos da Silva e sua esposa, Fernanda Castilhos Ribeiro. Mas, na sexta-feira (20), o que era apenas um momento de lazer se transformou em uma história para ser contada por gerações. No fim da tarde, nas margens do Rio Teles Pires, na Vicinal da Quarta Leste, em Alta Floresta, o casal, morador de Carlinda, travou uma verdadeira batalha com um gigante das águas doces: um pirarucu com impressionantes dois metros de comprimento e cerca de 96 quilos.
“Pesco de vez em quando, mas nunca tinha visto ou pego algo assim. Foi muita emoção”, contou Gean, ainda empolgado com a conquista. Ele utilizava uma linha 0.23 multifilamento e uma isca artificial no momento em que o peixe fisgou.
A luta durou cerca de 30 minutos. O esforço para retirar o peixe da água foi compartilhado com a esposa, que não hesitou em ajudar o marido a trazer o animal à margem. “Foi uma parceria. Sem ela, não teria conseguido”, destacou.
O pirarucu, considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo, é conhecido pela força e resistência, exigindo paciência, técnica e trabalho em equipe, tudo o que o casal demonstrou durante a pescaria. Após o registro fotográfico, a façanha logo se espalhou entre amigos, familiares e nas redes sociais, rendendo elogios e admiração.
O pirarucu (Arapaima gigas) é um peixe nativo das bacias amazônicas, sendo tradicionalmente encontrado em águas calmas de lagos, igarapés e várzeas da Bacia Amazônica, especialmente no Amazonas, Acre e partes do Pará. A presença desse peixe no Rio Teles Pires, que não é seu habitat natural original, está associada a fatores antrópicos (ações humanas).
Muitos criadores introduzem o pirarucu em tanques de piscicultura por ser um peixe de grande porte e alto valor comercial. Em casos de alagamentos, rompimentos de tanques ou liberação inadequada, esses peixes acabam escapando para rios próximos, como o Teles Pires.
O pirarucu é um peixe extremamente resiliente. Ele possui a capacidade de respirar oxigênio atmosférico (pulmão acessório), o que permite sua sobrevivência em diferentes condições de água. Isso facilita sua adaptação a novos ambientes, como o Teles Pires, onde encontra alimento e espaço para crescer.
