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Com tarifaço, Trump ‘restaura sorte’ de Lula, não de Bolsonaro, diz Financial Times | Política

“Não é surpresa que a sorte do presidente Lula tenha sido restaurada” após as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreve o editor e colunista do “Financial Times”, Edward Luce, em texto publicado nesta terça-feira (22).

A guerra comercial criada por Trump também foi benéfica para as popularidades dos primeiros-ministros do Canadá, Mark Carney, e da Austrália, Anthony Albanese, aponta o editor. “Poucas coisas unem os eleitores em torno da bandeira mais rapidamente do que um ataque de uma superpotência aos seus lucros.”

A questão no Brasil, porém, seguiria uma cartilha diferente da adotada em outros países, segundo o editor. Em seu texto, ele destaca que as tarifas de 50% sobre as importações brasileiras foram atribuídas ao julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Luce chamou de “ditador”.

Para ele, o apoio de Trump ao ex-presidente brasileiro faz parte de um padrão de comportamento do líder americano que levanta preocupações sobre a sua relação com a autocracias.

Luce também destaca que o secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, proibiu o visto americano ao ministro da Suprema Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que preside a audiência de Bolsonaro.

“Rubio, ex-senador republicano, construiu sua marca em torno da defesa dos valores democráticos dos EUA e do Estado de Direito. Agora, ele pune o sistema jurídico de uma democracia irmã por aplicar a lei”, escreveu Luce.

O “golpe fracassado de Bolsonaro”, como descreve o editor do “Financial Times”, teria acontecido um ano após a “suposta reversão democrática semelhante de Trump após sua derrota para Joe Biden”, o que criaria um “paralelo estranho” entre os dois líderes da extrema-direita.

“A diferença é que Bolsonaro está sendo responsabilizado. Caso alguém não tenha entendido, Rubio instruiu na semana passada diplomatas americanos a ‘evitar opinar sobre a justiça ou integridade de um processo eleitoral, sua legitimidade ou os valores democráticos do país em questão’. Para ser justo com Rubio, a moralidade dos Estados Unidos muitas vezes tem um efeito bumerangue. O mundo presta atenção ao que os Estados Unidos fazem, não ao que dizem. Mas se existe um farol liberal-democrático hoje em dia no hemisfério de Rubio, ele vem de Brasília e Ottawa.”

Do ponto de vista econômico, Luce também crítica a lógica de Trump em penalizar o Brasil. Primeiro, porque os Estados Unidos possuem um superávit comercial em relação ao país sulamericano. Segundo, porque os pecuaristas e exportadores de café brasileiros seriam os maiores penalizados pelas tarifas americanas. “Ambos os setores são redutos de Bolsonaro. Trump está, portanto, impulsionando a posição de Lula, não a de Bolsonaro.”

Luce ainda compara a situação brasileira com a da Turquia, que recebeu 10% de tarifas, apesar de ter um superávit comercial com os Estados Unidos.

“O fato do líder autoritário turco, Recep Tayyip Erdoğan, ter recentemente prendido vários prefeitos da oposição, incluindo Ekrem İmamoğlu, de Istambul, seu provável oponente presidencial, não é pecado aos olhos de Trump. A mudança de Erdogan para a autocracia pode até ter levado o presidente dos EUA a olhar a Turquia de forma mais favorável”, declarou Luce.

O editor do “Financial Times” escreve ainda que “Trump está no negócio da promoção da autocracia. As democracias parceiras estão compreensivelmente alarmadas”.

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