Sinop, 26/07/2025 04:34

  • Home
  • Política
  • como operava o esquema que afastou dois vereadores em Cuiabá

como operava o esquema que afastou dois vereadores em Cuiabá

Os vereadores Joelson Fernandes do Amaral (Sargento Joelson) e Francisco Carlos Amorim Silveira (Chico 2000) foram afastados do mandato por decisão da Justiça, após investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) apontarem que ambos teriam solicitado R$ 250 mil em propina à empresa HB 20 Construções EIRELI para favorecer a tramitação de um projeto de lei na Câmara Municipal de Cuiabá.

Vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) foram afastados do cargo pela justiça. (Foto: Reprodução)

A medida faz parte de uma operação deflagrada com o apoio do Ministério Público, que também resultou em mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens, quebra de sigilo de dados e proibição de acesso à Câmara Municipal.

Como funcionava o suposto esquema

Segundo as investigações, o esquema teria como ponto central um projeto de lei que autorizava o parcelamento de dívidas tributárias do município, o que facilitaria a liberação de valores pendentes à empresa HB 20, contratada para obras de drenagem e pavimentação no Contorno Leste de Cuiabá.

De acordo com depoimentos e provas colhidas pela DECCOR, os vereadores teriam cobrado vantagens indevidas da empresa em troca de apoio político à proposta. O funcionário da HB 20, João Jorge Souza Catalan Mesquita, relatou à polícia que operacionalizou o pagamento de parte da propina por transferências via Pix, além de valores entregues em dinheiro vivo.

Dinheiro

🟠 Propina combinada

Vereadores teriam pedido R$ 250 mil à empresa HB 20 para aprovar projeto de interesse da construtora.

Acordo

🟠 Troca de favores

Projeto permitia à prefeitura parcelar dívidas — liberando pagamentos milionários à HB 20.

Pix

🟠 Dinheiro via Pix e em espécie

R$ 150 mil via Pix para um laranja
R$ 100 mil entregues em espécie ao vereador Joelson

Whatsapp

🟠 Provas no celular

Mensagens e áudios no WhatsApp mostram o vereador negociando os valores com funcionário da empresa.

Pagamento

🟠 Pagamento milionário após votação

Poucos dias após a aprovação do projeto, a empresa recebeu R$ 4,8 milhões da prefeitura.

Repasses rastreados e indícios de favorecimento

Foram identificadas três transferências via Pix no valor total de R$ 150 mil, feitas entre os dias 11 e 18 de outubro de 2023 para a conta de José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediário (“laranja”) no esquema. Outros R$ 100 mil teriam sido entregues em espécie diretamente ao vereador Sargento Joelson.

Após a aprovação do projeto de lei, em 21 de setembro de 2023, a empresa HB 20 recebeu um repasse de R$ 4,8 milhões da Prefeitura de Cuiabá, o maior valor pago durante o contrato da obra — o que reforça, segundo a investigação, a existência de uma contrapartida ilícita.

Provas: mensagens, áudios e documentos bancários
A polícia teve acesso a mensagens e áudios trocados via WhatsApp entre o vereador Joelson e o funcionário da empresa, além de laudos técnicos que confirmam a titularidade da conta usada nas transações.

Os investigadores também relacionaram as conversas com datas específicas das sessões legislativas e dos repasses à empresa, evidenciando a proximidade temporal entre os atos legislativos e os benefícios recebidos pela HB 20.

Medidas judiciais

Além do afastamento do mandato, os vereadores e outros investigados estão sujeitos a uma série de medidas cautelares:

  • Bloqueio de bens e contas no valor de até R$ 250 mil
  • Sequestro de imóveis e veículos
  • Proibição de acessar a Câmara Municipal e canteiros da obra do Contorno Leste
  • Proibição de contato entre os investigados e com funcionários da empresa HB 20
  • Entrega de passaportes em até 24 horas e proibição de deixar a comarca

Outros investigados

Além dos dois vereadores, também são alvos da operação: José Márcio da Silva Cunha (intermediário financeiro); Jean Martins e Silva Nunes e Glaudecir Duarte Preza.

Todos tiveram mandados de busca e apreensão autorizados em residências e escritórios, além da extração de dados de dispositivos eletrônicos e análise de imagens do sistema de monitoramento da Câmara de Cuiabá.

Próximos passos

A Câmara Municipal foi oficialmente notificada sobre o afastamento dos parlamentares para adoção das medidas administrativas. Os suplentes poderão ser convocados para assumir os cargos caso o afastamento se estenda.

A investigação segue sob sigilo judicial e está em fase de aprofundamento, com possibilidade de novos desdobramentos e responsabilizações.

operacao camara de cuiaba
Investigação aponta que vereadores cobravam propina para aprovar pagamentos da obra do Contorno Leste em Cuiabá. (Foto: PJC)

Veja nota da Câmara na íntegra:

A Câmara Municipal de Cuiabá informa que, na manhã desta terça-feira (29), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas dependências da Casa.

Os alvos foram os gabinetes dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB). A Polícia também buscou o controle de acesso à Câmara e imagens do período de agosto de 2023 a agosto de 2024.

A juíza Edina Ederli Coutinho determinou a suspensão do exercício das funções públicas dos vereadores envolvidos por tempo indeterminado.

Caso mantidos os afastamentos, os suplentes assumirão as cadeiras no parlamento.

A Câmara está colaborando com o levantamento das informações solicitadas pela Polícia Civil.

O Primeira Página tenta contato com o vereador Chico 2000.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

BSB Fight 1: confira as informações do maior evento de MMA de Brasília

O BSB Fight 1, maior evento de MMA de Brasília, acontece neste sábado (26/7), a…

Governo de MT realiza Arraiá da Cidadania na Arena Pantanal a partir desta sexta-feira (25)

O Governo de Mato Grosso realiza, às 19h30 desta sexta-feira (25.7), a abertura do Arraiá…

Ratinho e A Praça É Nossa salvam o SBT; Brasil Urgente derrota o Tá Na Hora

Na noite da última quinta-feira, 24 de julho, o SBT conquistou a vice-liderança de audiência…