A partir do dia 21 de março, trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada poderão pedir empréstimo com desconto direto na folha de pagamento e com juros mais baixos. A novidade foi anunciada nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, em Brasília. Depois de assinar a Medida Provisória que cria o “Crédito do Trabalhador”, o presidente Lula defendeu a divulgação em massa da modalidade.
“Os dirigentes sindicais tem que pegar um carro de som e ir pra porta da fábrica e dizer para os trabalhadores, que agora eles podem ter crédito barato para que ele possa sair do endividamento que ele se meteu, sair da mão do agiota, sair da mão de banco que cobra 10, 12% procure um banco que lhe ofereça uma taxa menor, você tem que escolher entre os bancos privados, os bancos públicos, aquele que cobrar menor e faça a sua mudança de crédito pelo seu empréstimo”.
O evento contou com a participação de sindicatos de diversas categorias trabalhistas, como a CONTAR, Confederação dos Trabalhadores Assalariados Rurais. A secretária de gênero e geração da entidade, Samara Souza, comemorou a medida.
“Os trabalhadores e as trabalhadoras esperam com isso ter mais facilidade de conseguir chegar no banco, conseguir uns juros mais baixos para que possa financiar também, além de eletrodoméstico, todas as coisas que a gente precisa, né, que a gente tenha uma vida melhor e mais digna, principalmente a gente busca dignidade para os trabalhadores e para as trabalhadoras”.
Cerca de 80 instituições financeiras poderão conceder o empréstimo a taxas menores, entre elas o Banco do Brasil. No evento, a presidenta da instituição, Tarciana Medeiros, disse que a medida possibilita crédito de forma justa para os trabalhadores e fez um alerta contra fake news.
“E antes que o mercado me pergunte, é um crédito seguro, rentável, respeita as políticas de crédito dos bancos, dentro das condições de risco e retorno de cada cliente. É um crédito que inclui, é um crédito que reduz desigualdade. Se receberem fake news por WhatsApp, não acreditem, procurem os canais oficiais. Vendedores, empregadas domésticas, garçom, trabalhadores rurais, porteiros e tantos outros brasileiros do nosso país, podem contar com crédito do trabalhador”.
O Presidente da Força Sindical, Miguel Torres, avaliou como positiva a possibilidade de obtenção de créditos com taxas menores. Mas defendeu campanhas de conscientização contra o endividamento.
“Temos a obrigação de divulgar, de fazer uma campanha de esclarecimento, de educação financeira aos nossos trabalhadores e trabalhadoras para não se endividarem. Mostrando o bom uso desse recurso, que com certeza com bom uso, nós vamos todos vão ter os benefícios de crescer, de se desenvolver para que possamos estar ali com a nossa família, para o nosso bem-estar”.
Para solicitar um crédito consignado, o trabalhador deve acessar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, e pedir a proposta diretamente com as instituições financeiras habilitadas pelo governo e aguardar as opções em até 24 horas. Depois, basta escolher aquela que mais agrada e fazer a contratação no canal do banco.
De acordo com o governo federal, o Brasil tem 47 milhões de trabalhadores formais, já incluindo os domésticos, os rurais e empregados de Microempreendimentos, os MEIs. O empréstimo consignado já é uma opção para funcionários públicos e servidores. Agora, quem é da iniciativa privada também pode optar por essa modalidade, usando até 10% do saldo do FGTS como garantia.
Caso a pessoa seja demitida, os bancos terão como garantia, também, a multa rescisória, já que as parcelas vêm descontadas diretamente no contracheque, a cada mês. Lembrando que o valor a ser emprestado pelos bancos não pode ser maior que 35% do salário bruto daquele trabalhador ou da trabalhadora. E quem já paga as parcelas de algum empréstimo pode, também, migrar para o consignado, a partir de 6 de junho, já que os juros serão mais baixos na modalidade consignada.