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Cortes dos EUA no apoio às montadoras de veículos elétricos podem levar a trimestres difíceis, diz Musk | Empresas

Nesta quarta-feira (23), o empresário Elon Musk afirmou que os cortes do governo dos Estados Unidos no apoio às montadoras de veículos elétricos podem levar a “alguns trimestres difíceis” para a Tesla antes que uma nova onda de receita, vinda do software de direção autônoma e serviços, comece no final do próximo ano.

As ações da empresa caíram quase 5% após a declaração de Musk, feita durante a teleconferência de resultados trimestrais, ao responder a perguntas sobre as novas políticas do governo na administração do presidente Donald Trump.

A fabricante de carros elétricos registrou sua pior queda trimestral em vendas em mais de uma década e teve lucros abaixo das expectativas de Wall Street, embora a margem de lucro na fabricação de veículos tenha superado os temores.

Musk, por sua vez, está apostando na direção autônoma tanto para veículos particulares quanto para robotáxis, cuja produção em escala está prevista para o ano que vem.

Aposta em modelo mais barato

Enquanto isso, a Tesla trabalha num carro mais barato. O diretor financeiro, Vaibhav Taneja, afirmou que a produção desse modelo mais acessível começará a aumentar no próximo trimestre, mas de forma mais lenta do que o esperado inicialmente. Algumas unidades já foram produzidas até o fim de junho.

A empresa, no entanto, não atualizou sua previsão de entregas para o ano inteiro, citando incertezas econômicas e o cronograma do novo modelo.

“Os resultados decepcionantes da Tesla não são uma surpresa, dado o caminho turbulento que a empresa percorreu recentemente”, disse Jacob Bourne, analista da eMarketer. “Um modelo realmente acessível pode atingir em cheio o objetivo de impulsionar as vendas, se for bem posicionado sem canibalizar os modelos mais caros.”

A receita caiu pelo segundo trimestre consecutivo, com retração de 12%, mesmo após o lançamento da versão atualizada do SUV Model Y, o carro mais vendido da marca, que investidores esperavam que ajudasse a reaquecer a demanda.

A queda de 51% na venda de créditos regulatórios automotivos — comprados por outras montadoras para compensar emissões — também prejudicou a receita e os lucros. A receita caiu para US$ 22,5 bilhões no segundo trimestre, ante US$ 25,5 bilhões no mesmo período do ano passado, ficando ligeiramente abaixo das estimativas compiladas pela LSEG.

O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,40, abaixo do consenso de Wall Street. A margem bruta do setor automotivo, excluindo os créditos, ficou em 14,96%, acima das estimativas, ajudada por redução no custo por veículo.

Preços e margens são pontos críticos no momento em que a Tesla enfrenta queda na demanda e menos apoio governamental. As entregas globais da empresa caíram 13,5% no segundo trimestre, e o governo dos EUA vai cortar os créditos fiscais de US$ 7.500 para compradores de veículos elétricos ainda este ano.

“Provavelmente teremos alguns trimestres difíceis”, disse Musk, ao ser questionado sobre os créditos. “Não estou dizendo que teremos, mas poderíamos ter — no quarto trimestre, no primeiro, talvez no segundo trimestre do próximo ano. Mas uma vez que a direção autônoma esteja disponível em escala, na segunda metade do ano que vem — certamente até o fim do ano que vem —, eu ficaria surpreso se a economia da Tesla não fosse muito atraente.”

A Tesla havia dito em abril que começaria a produzir o modelo mais acessível até o fim do primeiro semestre, mas fontes disseram à Reuters que o carro — uma versão simplificada do Model Y — teria seu lançamento adiado por alguns meses.

Nesta quarta-feira, a empresa não divulgou detalhes sobre o novo modelo, como número de unidades produzidas ou faixa de preço. Ao ser questionado sobre a aparência do carro, Musk respondeu: “É só um Model Y”, brincando que havia “deixado escapar o segredo”.

A linha de veículos da Tesla está relativamente envelhecida, apesar da recente atualização do Model Y, e enfrenta concorrência crescente de elétricos mais baratos, especialmente da China, além de uma reação negativa constante às posições políticas ultraconservadoras de Musk. A empresa afirmou ainda que segue com planos de iniciar a produção em escala do robotáxi personalizado — chamado de Cybercab — e do caminhão Semi em 2026.

Grande parte da avaliação de mais de US$ 1 trilhão da empresa está atrelada à aposta no serviço de robotáxis — um pequeno teste foi iniciado em Austin, Texas, no mês passado com cerca de uma dúzia de Model Y — e no desenvolvimento de robôs humanoides.

“Direção autônoma é a grande história aqui”, disse Musk na conferência, detalhando planos para lançar o serviço de transporte autônomo para cerca de metade da população dos EUA até o final deste ano.

A Tesla está buscando aprovação regulatória para os robotáxis nas regiões da Baía de São Francisco, Nevada, Arizona, Flórida e outros Estados, segundo Musk.

Ele acrescentou que a empresa está próxima de obter aprovação para seu sistema de direção assistida Full Self-Driving na Holanda. Segundo Musk, o negócio de robotáxis deve começar a impactar os resultados financeiros da empresa de forma significativa por volta do fim de 2025.

Investidores também estão preocupados com a capacidade de Musk de se dedicar integralmente à Tesla, após ele bater de frente com Trump ao formar um novo partido político neste mês. Musk havia prometido, semanas antes, que deixaria de lado a política para se concentrar em suas empresas.

A saída de diversos executivos importantes — incluindo um dos mais antigos e próximos de Musk, que liderava vendas e manufatura na América do Norte e Europa — também alimenta as incertezas.

Elon Musk, CEO da Tesla — Foto: Shawn Thew/Bloomberg

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