O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou que é favorável à pesquisa e à perfuração de poços de petróleo na região da Foz do Amazonas. Segundo ele, a discussão está permeada de “ideologias”, e é preciso “se basear em uma análise técnica e fria”. A declaração foi feita durante sua participação na edição deste ano no Fórum Esfera Brasil, realizado no Guarujá, município do litoral paulista.
“O conceito ideológico fica com o Estado brasileiro depois de adquirido os resultados da pesquisa. Aí o Parlamento vai ser chamado, talvez se queira fazer um plebiscito nacional, aí é uma outra discussão”, disse. “Portanto, o que eu defendo é o direito à pesquisa mediante o cumprimento das condicionantes por parte da Petrobras.”
Barbalho criticou que algumas pessoas “querem utilizar a sua proximidade com a Amazônia para que sejamos usados como referência de bloqueio de desenvolvimento por conceito ideológico. E não posso achar que isso é razoável.” Além disso, o chefe do Executivo paraense comparou a realidade da Amazônia com a do Rio de Janeiro.
“Em Copacabana, que a perfuração está a 200 km da praia pode, mas lá na Amazônia, que a perfuração ficará a mais de 500 km do Rio Amazonas não. Nós não temos direito a ter oportunidade de ver as nossas riquezas serem transformadas em melhoramento social.”
“Em vez de nos premiarem por sermos os que mais contribuem com o meio ambiente, vamos ficar com as piores taxas de desenvolvimento humano, desemprego elevado, e escassez de acesso à qualidade de vida“, diz. “Portanto, o que desejo é pesquisa, é ciência, e decisão programática para que possamos desenvolver o Brasil.”
Em sua fala, o emedebista ainda criticou o que chamou de “relação política precária”, que, em sua análise, faz com que o Brasil tenha uma modalidade de semiparlamentarismo em que “se dá os benefícios do parlamentarismo sem lhes dar as responsabilidades para que possam lidar com as transformações necessárias para o Brasil.” O político ainda afirma que, muitas vezes, as cobranças recaem apenas sobre o poder Executivo e “me parece que é necessário que possamos fazer uma reflexão de que o Brasil precisa ser reinaugurado no âmbito da política e dos políticos”.
“Me incomoda, sinceramente, quando vejo a discussão de quem tem mais compromisso com o Brasil, e colocam a culpa no governo, acho que todos têm que repensar os erros do governo federal, mas também fazendo uma avaliação, como se é sustentável continuar com milhões para os deputados que não estão conectados com as agendas estruturantes do Brasil”, afirmou.
“Acima de tudo, independentemente de questões ou aproximações ideológicas, todos vocês querem que o Brasil dê certo. Independentemente de quem está no poder, todos querem que a política seja uma locomotiva para que o Brasil possa avançar e se desenvolver.”