Deb Hall Lefevre, diretora de tecnologia da rede de cafeterias Starbucks, renunciou ao cargo, sem um substituto permanente, de acordo com um memorando interno enviado à equipe corporativa na segunda-feira (22), visto pela Reuters.
O memorando, escrito pela diretora-financeira, Cathy Smith, apontou Ningyu Chen, anteriormente vice-presidente sênior de tecnologia de experiência global, como diretor de tecnologia interino.
A renúncia de Lefevre ocorre na semana em que o Starbucks anunciou uma segunda rodada de cortes em cargos corporativos, à medida que o diretor-presidente, Brian Niccol, tenta impulsionar uma reformulação tecnológica nas lojas para tornar o trabalho mais eficiente, parte de uma estratégia para recuperar as vendas.
A reformulação inclui um contador de estoque automatizado e impulsionado por IA que está sendo implementado em todas as lojas próprias da empresa na América do Norte. Outras iniciativas incluem um assistente de IA para baristas e um algoritmo destinado a ajudar os funcionários a sequenciar pedidos durante o horário de pico.
Lefevre, ex-executiva do McDonald’s, foi contratada em maio de 2022 como parte do foco da rede em melhorar seu “drive-thru”, a entrega de pedidos e outros sistemas. O memorando disse que ela planejava se aposentar.
“Nossas prioridades tecnológicas não estão mudando”, disse o memorando. “Estamos focados no trabalho de tecnologia necessário para entregar nosso plano ‘De Volta ao Starbucks’”.
Lefevre não respondeu a um pedido de comentário.
Fechamento de lojas e demissões
Na quinta-feira (25), a empresa disse que vai fechar lojas com baixo desempenho nos Estados Unidos. A quantidade de lojas próprias nos EUA e no Canadá deverá cair 1%, com várias centenas de unidades previstas para fechar até o final do ano fiscal de 2025. Também disse que 900 cargos corporativos serão eliminados.
As iniciativas de tecnologia fazem parte de uma recuperação corporativa chamada “De Volta ao Starbucks”, proposta por Niccol, que assumiu o comando no ano passado para reavivar a sorte da rede. Ele tem como objetivo reviver o apelo de “cafeteria” da Starbucks após seis trimestres consecutivos de declínio nas vendas.
As demissões de 1.100 funcionários corporativos, em fevereiro, atingiram a equipe de tecnologia da informação de maneira particularmente forte, disse uma fonte familiarizada com o assunto na quinta-feira (26). De acordo com ela, uma contratada externa chamada Tata Consultancy Services, com sede na Índia, tem recebido um papel crescente na divisão de TI do Starbucks.
O Starbucks disse em comunicado, nesta sexta-feira (26), que a empresa “continuará a ter uma equipe de tecnologia interna muito significativa, mas o foco está nas capacidades mais importantes e no trabalho mais importante”.
As ações da Starbucks perderam mais de 12% de seu valor nos últimos 12 meses, em comparação com um aumento de 16% no Índice Standard & Poor’s 500 de mercado amplo.