O governo brasileiro ganhou reforço importante nas negociações para tentar reverter a tarifa de 50% sobre produtos exportados para os Estados Unidos, que o presidente Donald Trump anunciou para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
Representantes de gigantes americanas como Amazon, Coca-Cola, GM, Caterpillar e MedTech se posicionaram ao lado do Brasil, defendendo o diálogo como caminho para evitar prejuízos bilaterais.
Durante reunião realizada na última quarta-feira (16), o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandou os trabalhos do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, com presença da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) e outras empresas com operação no país.
Setor empresarial contra retaliação
Alckmin destacou uma nota conjunta publicada pela Amcham Brasil e pela US Chamber, principal entidade empresarial dos EUA, alertando que medidas tarifárias unilaterais, motivadas por disputas políticas, podem comprometer gravemente uma das relações comerciais mais relevantes para a economia norte-americana.
“As câmaras destacam que preferem a via da negociação. Querem evitar a imposição de tarifas que vão prejudicar empresas dos dois países. E isso fortalece nossa posição”, afirmou o vice-presidente.
O setor produtivo considera que o impacto da nova tarifa seria devastador. Cerca de 10 mil empresas brasileiras exportam hoje para os EUA, gerando 3,2 milhões de empregos diretos no Brasil, segundo dados apresentados pelo presidente da Amcham, Abrão Neto.
“Nosso desejo, compartilhado por empresários brasileiros e americanos, é evitar esse aumento tarifário por meio de uma solução negociada entre os governos”, disse.
Brasil busca solução diplomática
O governo brasileiro reforçou seu compromisso com o diálogo e encaminhou nova carta oficial ao governo americano, reiterando propostas já feitas em maio para ampliar a cooperação comercial entre os dois países. Alckmin também enfatizou a complementariedade econômica entre Brasil e EUA como base para um acordo que estimule comércio exterior e geração de empregos.
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