A reunião solicitada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Alta Floresta, realizada no Teatro Municipal Augustinho Bizinoto, para tratar da implantação de um novo sistema de automatização da arrecadação municipal, foi marcada por tensão, questionamentos técnicos e manifestações críticas de empresários do comércio local.
Durante o encontro, comerciantes relataram insegurança e preocupação com possíveis cobranças retroativas, especialmente em relação a dados fiscais e movimentações financeiras dos últimos cinco anos. Mensagens trocadas em grupos de empresários apontam relatos de notificações elevadas, dúvidas sobre cruzamento de dados, riscos de autuações e impactos diretos sobre pequenos negócios.
Em meio ao debate, participantes criticaram a falta de respostas objetivas durante a reunião. Empresários afirmaram que muitas perguntas técnicas não foram esclarecidas no momento e que a condução do encontro gerou insatisfação, reforçando o temor de fechamento de pequenas empresas e aumento da insegurança jurídica no comércio local.
Após a repercussão do encontro, o prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba, se manifestou por meio de vídeo publicado nas redes sociais. Segundo o gestor, houve tentativa de diálogo e esclarecimento, mas nem todos os presentes estariam dispostos a ouvir.
“Na reunião solicitada pela CDL, tentamos dialogar e esclarecer os mal-entendidos. Infelizmente, nem todos estavam ali para ouvir. Seguimos firmes ao lado da população e dos comerciantes que realmente querem solução”, afirmou o prefeito.
Chico Gamba também negou categoricamente a informação de que o novo sistema realize cobranças automáticas retroativas dos últimos cinco anos, classificando essa narrativa como inverídica.
“É uma preocupação bem-vinda do comércio, mas é uma inverdade a cobrança automática dos últimos cinco anos. Isso não é verdade”, declarou.
O prefeito afirmou ainda que a reunião foi marcada por um grande volume de questionamentos técnicos, os quais, segundo ele, devem ser tratados em ambientes apropriados.
“Perguntas técnicas nós discutimos dentro da prefeitura, com a nossa equipe técnica. Foi desrespeitoso ver figuras políticas bagunçando uma reunião que deveria ser técnica”, disse.
Na fala, Gamba pediu desculpas aos empresários que, segundo ele, estavam presentes de forma séria e construtiva, e reforçou que a prefeitura deixou canais abertos para esclarecimento, inclusive com a proposta de reuniões menores e técnicas.
“Queremos reuniões respeitosas, para esclarecer todos os pontos de dúvida. Reafirmo meu compromisso com a população de Alta Floresta e com nossos comerciantes, que fazem girar a economia da cidade.”
O prefeito também garantiu que o novo sistema não altera regras que já vêm sendo aplicadas há décadas no município.
“Nada muda do que já vem acontecendo há mais de vinte anos”, reforçou.
Em nova rodada de diálogo realizada posteriormente na prefeitura, empresários do comércio foram recebidos para tratar especificamente do funcionamento do sistema automatizado. Segundo a administração municipal, dúvidas foram esclarecidas e informações consideradas falsas ou distorcidas foram desmentidas.
A prefeitura afirma que o objetivo da modernização é dar mais transparência, segurança e eficiência à arrecadação, sem prejudicar quem atua de forma regular.
Enquanto isso, representantes do comércio continuam defendendo mais diálogo, clareza técnica e garantias de que pequenos empreendedores não serão penalizados por falhas de interpretação ou mudanças repentinas na fiscalização.
O debate segue aberto e deve avançar com novos encontros entre poder público e setor produtivo.