O governador Mauro Mendes (União) afirmou que sente vergonha por Mato Grosso ocupar, pelo segundo ano consecutivo, o topo do ranking nacional de feminicídios. A declaração foi dada durante entrevista à imprensa, nesta sexta-feira, 25 de julho, em tom de indignação e pesar diante do avanço da violência contra mulheres no estado, mesmo com os investimentos em políticas públicas de proteção.
“Eu me envergonho disso. Nós temos que ter vergonha sim disso e tudo que é possível fazer, o governo de Mato Grosso vai fazer”, declarou.
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De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídios do país, com 2,5 mortes para cada 100 mil mulheres — o dobro da média nacional. Mendes destacou que, em muitos dos casos, não havia nenhum registro prévio de violência doméstica que permitisse ao Estado acionar os mecanismos de proteção disponíveis.
“Mais de 70%, quase 80% desses feminicídios aconteceram em lares onde não existia nenhuma ocorrência. Nenhum incidente comunicado anteriormente à polícia […] nós temos botão do pânico, temos auxílio para mulheres vítimas de violência, estamos investindo em campanhas de prevenção. Aprovei ontem uma nova campanha para ser feita dentro das escolas de Mato Grosso”, disse.
O governador também lamentou a banalização da violência no país, criticando a sensação de impunidade. “As pessoas não estão tendo medo da justiça, não têm medo das penas, não têm medo da polícia. As pessoas estão se matando aí… homens, mulheres, assassinatos cruéis. O Brasil mata num final de semana mais do que morreram numa guerra entre Irã e Israel”, comparou.
Apesar dos números alarmantes, Mendes afirmou que o governo estadual tem atuado com firmeza para investigar e punir os responsáveis.
MT lidera feminicídios
Pelo segundo ano consecutivo, Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídios do país em 2024: 2,5 casos por 100 mil habitantes. Ao todo, 47 mulheres foram assassinadas por motivação de gênero, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
No cenário nacional, foram registrados 1.492 feminicídios em 2024, o maior número desde que a lei foi criada, em 2015. O total representa um aumento de 1% em relação a 2023.
Mato Grosso está em 3º lugar em feminicídios seguidos de suicídio: sendo 8 casos no ano passado e 5 em 2023. Por outro lado, caiu o número de vítimas com medida protetiva: de oito em 2023 para uma em 2024.
A maioria dos crimes ocorreu dentro da casa da vítima, especialmente entre mulheres de 18 a 24 e de 35 a 39 anos.
Neste ano, o número já chega a 30 feminicídios em 2025. A proporção de feminicídios entre todas as mulheres assassinadas também cresceu: 47% em 2024, contra 44,7% em 2023.
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