Autoridades europeias apresentaram sua própria proposta de paz na Ucrânia para os Estados Unidos, enquanto o presidente norte-americano Donald Trump se prepara para conversar com o presidente da Rússia Vladimir Putin sobre o fim da guerra.
Trump anunciou nessa sexta-feira que encontraria Putin no Alasca, no dia 15 deste mês, dizendo que as partes envolvidas no conflito, o que inclui o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, estariam perto de um acordo que poderia resolver a guerra que já dura três anos e meio.
Detalhes sobre o potencial acordo ainda serão divulgados, mas Trump disse que envolveria “a troca de alguns territórios de forma que seja bom para ambos os lados”. Isso poderia exigir da Ucrânia desistir de partes significantes do seu território – um resultado que Kiev e seus aliados europeus dizem que só encorajaria a agressão russa.
O vice-presidente dos Estados Unidos JD Vance encontrou aliados europeus da Ucrânia este sábado na Chevening House, uma mansão rural no sudeste de Londres, para discutir o movimento de Trump pela paz.
Uma autoridade europeia confirmou que uma contraproposta foi apresentada por representantes de países europeus no encontro, mas se negou a dar detalhes. O The Wall Street Journal disse que essa contraproposta inclui o pedido de cessar-fogo antes de que qualquer outro passo seja dado, e que qualquer troca de território precisa ser recíproca, com garantias seguras.
“Você não pode começar um processo de cessão de territórios no meio de uma guerra”, disse o negociador europeu.
Uma autoridade norte-americana disse que as longas horas do encontro em Chevening “produziram significante progresso no sentido do objetivo de Trump de acabar com a guerra na Ucrânia quando ele encontrar Putin no Alasca”.
A Casa Branca não respondeu imediatamente quando questionada se os europeus apresentaram as próprias contrapropostas para o primeiro ministro britânico Keir Starmer e o presidente da França Emmanuel Macron disse ter prometido que será alcançada uma ‘paz justa e duradoura’ na Ucrânia, segundo afirmou um porta-voz da Downing Street, a residência oficial do primeiro ministro.
Não ficou claro o que, se é que algo, foi acordado em Chevening, mas Zelensky considerou a reunião construtiva. “Todos os nossos argumentos foram ouvidos”, disse ele em seu discurso noturno aos ucranianos. “O caminho para a paz para a Ucrânia deve ser determinado somente em conjunto com a Ucrânia.”, destacou. Antes, ele havia rejeitado quaisquer concessões territoriais, afirmando que “os ucranianos não entregarão suas terras ao ocupante”.
Macron também disse que a Ucrânia deve desempenhar um papel em quaisquer negociações. “O futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem os ucranianos, que lutam por sua liberdade e segurança há mais de três anos”, escreveu ele no X após o que disse serem ligações com Zelensky, o chanceler alemão Friedrich Merz e Starmer. “Os europeus também farão necessariamente parte da solução, pois sua própria segurança está em jogo.”
O governo Trump está considerando convidar Zelensky para se juntar aos presidentes dos EUA e da Rússia em sua reunião no Alasca, informou a NBC News, citando uma autoridade americana não identificada.