A fiscalização eletrônica de trânsito em Alta Floresta voltou ao centro das discussões na Câmara Municipal após o vereador Darlan Trindade Carvalho (PRD) apresentar um requerimento solicitando informações detalhadas sobre o funcionamento dos radares instalados na cidade. O foco do parlamentar é entender o impacto real da medida, tanto na segurança viária quanto na arrecadação municipal.
Segundo dados da Direção de Trânsito, Transporte e Segurança, entre os meses de maio e junho deste ano, os radares registraram a passagem de 3.666.204 veículos. Desses, 17.236 foram autuados por excesso de velocidade, uma média de 287 infrações por dia.
Com base na classificação das infrações (50% médias, 30% graves e 20% gravíssimas), Darlan estima que o valor total arrecadado em multas pode ter ultrapassado R$ 5 milhões (R$ 5.169.620,66) no período. A projeção reforçou os questionamentos sobre o destino desses recursos.
“O objetivo do requerimento é justamente buscar transparência. Queremos saber quanto foi arrecadado e, mais importante, onde esse dinheiro está sendo aplicado. Nossa expectativa é que esses valores retornem em melhorias no trânsito da cidade”, afirmou o parlamentar.
Darlan defende que os recursos arrecadados deveriam ser revertidos em sinalizações mais eficientes, instalação de semáforos, construção de lombadas e, principalmente, na contratação de um engenheiro de tráfego para elaborar um plano técnico que identifique os pontos críticos da malha viária urbana.
O vereador também criticou a falta de ampla divulgação sobre o início da operação dos radares, o que, segundo ele, tem prejudicado motoristas pegos de surpresa. “Teve um caso de um rapaz que nos procurou aqui no gabinete, ele levou mais de 40 multas. Trabalha com entregas e depende da habilitação para sustentar a família”, relatou.
Darlan reforçou que não é contra a fiscalização eletrônica, mas defende que ela precisa ser acompanhada de responsabilidade, transparência e planejamento técnico. “A fiscalização é necessária, sim. Mas queremos saber: para onde está indo esse dinheiro? Está sendo investido em benefício do próprio trânsito da nossa cidade?”
A pauta deve seguir em discussão nas próximas sessões legislativas, com a expectativa de que os dados solicitados pela Câmara sejam apresentados pela gestão municipal.