O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse, nesta quinta-feira (3), que não finalizou a primeira revisão do acordo com a Argentina após o país não cumprir as metas de acumulação de reservas estrangeiras exigidas pela entidade. A declaração ocorre após uma equipe técnica do FMI passar a última semana em Buenos Aires analisando a situação econômica local.
Em coletiva de imprensa, a porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse que “as conversas continuam” com membros do governo argentino afim de avançar na negociação para desbloquear o segundo desembolso do pacote, previsto para junho, mas retido devido ao descumprimento das metas pelo governo de Buenos Aires.
“As conversas continuam. Há uma equipe técnica aqui em Washington que deve manter essas conversas”, disse Kozack, em coletiva. “O objetivo é avançar nas discussões da primeira revisão do programa”.
Segundo a imprensa argentina, o vice-ministro da Economia, José Luis Daza, está em Washington desde segunda-feira (30) junto com o secretário de Finanças, Pablo Quirno, participando das discussões sobre a primeira revisão do programa.
Especulações sobre ‘waiver’ do FMI
Após o descumprimento da meta de formação de reservas para junho e as projeções de um déficit em conta-corrente cinco vezes maior do que o estimado no acordo, há especulações na Argentina de que o FMI conceda um perdão (waiver) ao país por não ter cumprido com as metas do acordo e libere o desembolso de US$ 2 bilhões previstos para o mês passado.
Kozack foi questionada sobre a possibilidade de conceder perdão a Argentina, mas disse não querer “especular sobre a possibilidade de isenções e nem sobre o que se discute” nas reuniões que estão ocorrendo nesta semana em Washington.