Um homem foi preso na tarde desta segunda-feira (24), no Centro do Rio de Janeiro, por matar sua ex-companheira de forma brutal em 2012. Eduardo Alves Coutinho, que estava com um mandado de prisão em aberto, foi detido por policiais da 12ª Delegacia de Polícia de Copacabana.
Em setembro de 2012, Eduardo Alves cometeu feminicídio contra Maria da Silva, de 46 anos, com 10 facadas nas costas. O fato aconteceu em Duque de Caxias e teria sido motivado por razão torpe: o homem não aceitava o fim do relacionamento. Ele havia marcado um encontro com Maria e, ao encontrá-la, a atacou. A arma foi encontrada ainda cravada nas costas da vítima.
Após o homicídio, Eduardo Alves foi preso em flagrante mas, nove dias depois, conseguiu responder em liberdade. Ele foi condenado em 2015 a 19 anos de prisão, mas recorreu da sentença. O processo transitou em 2019, quando a condenação foi confirmada. Desde então, ele estava foragido, até ser localizado ontem (24).
De acordo com o delegado, a prisão de Eduardo Alves Coutinho foi feita após investigações e cruzamento de informações por parte da 12ª DP.
“A prisão representa uma vitória, mas a luta contra a violência e pela justiça continua, principalmente para os familiares de vítimas como Maria, que, infelizmente, deixou um filho de 14 anos”, afirmou o delegado Ângelo Lages.
Números alarmantes evidenciam aumento do feminicídio
Segundo um estudo divulgado pela CNN, em 2024 pelo menos 13 mulheres foram vítimas de violência a cada 24 horas nos nove estados analisados.
No Rio de Janeiro, os números também são alarmantes, com 633 vítimas de violência, incluindo 63 casos de feminicídios. No total, foram registradas 4.181 mulheres vítimas de violência, o que representa um aumento de 12,4% em comparação a 2023. De todos os casos, 75,3% dos crimes foram cometidos por pessoas próximas às vítimas. Quando se considera apenas parceiros e ex-parceiros, esse índice sobe para 70%.
Esses dados fazem parte do levantamento realizado nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
O estudo, intitulado “Elas Vivem: um Caminho de Luta”, foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), que se dedica a acompanhar as políticas públicas de segurança e a análise dos fenômenos de violência e criminalidade nesses estados.
No Rio de Janeiro, os números também são alarmantes, com 633 vítimas de violência, incluindo 63 casos de feminicídios.