O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse nesta sexta-feira, que o país seguirá com as compras de petróleo da Rússia. O anúncio ocorre no dia seguinte à ligação entre o premiê húngaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem pressionado para que os países da União Europeia (UE) parem de adquirir combustíveis fósseis de origem russa.
Em declaração dada à rádio estatal, Orbán declarou que a Hungria, enquanto um país sem saída para o mar, não poderia abrir mão das compras de petróleo e gás russos, transportados via oleoduto até o território húngaro.
“Isso significa que a economia húngara ficaria de joelhos”, declarou o premiê, afirmando que o desempenho econômico do país cairia cerca de 4% se as aquisições cessassem.
Orbán mencionou ainda que comentou essa decisão com Donald Trump.
O presidente americano, reiteradas vezes, tem apontado que países membros da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seguem comprando combustíveis de origem russa, o que ajuda a financiar os esforços de guerra de Moscou na Ucrânia.
O bloco europeu se comprometeu a eliminar essas aquisições até o ano de 2027, conforme consta em seu 19º pacote de sanções à Rússia.
Esse pacote está sujeito à votação dos Estados-membros. A Hungria, um dos poucos países da UE que se mantém, de certo modo, alinhado à Rússia, é vista como um empecilho na execução dessas medidas.
“Não precisamos aceitar os argumentos um do outro”, disse Orbán ao comentar sua conversa com Trump.
“Os Estados Unidos têm seus argumentos e interesses, e a Hungria também”, completou o premiê.