Instituições civis de Mato Grosso protocolaram uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação da Usina Hidrelétrica de Colíder (UHE Colíder), que teve seu nível de segurança elevado de “Atenção” para “Alerta” após falhas detectadas em drenos, no mês de agosto.
O status “Alerta” é o segundo mais grave em protocolos de risco de barragens — ficando abaixo apenas do nível “Emergência”, quando há risco iminente de rompimento.
Com a mudança, a Eletrobras — recentemente renomeada para AXIA Energia após a venda da usina em maio deste ano — determinou o rebaixamento do reservatório. Inicialmente, foi anunciado um rebaixamento de 17 metros, mas a empresa informou posteriormente que a redução foi de 5,5 metros.
Segundo a AXIA, a medida foi necessária para avaliar as falhas e realizar reparos estruturais, mas o processo provocou mortandade de peixes e grandes prejuízos econômicos em quatro municípios diretamente afetados: Itaúba, Colíder, Nova Canaã do Norte e Cláudia.
Denúncia alerta para “ameaça grave e iminente”
O documento enviado à ONU foi assinado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens de Mato Grosso (MAB/MT), Instituto Coletivo Proteja, Associação Indígena DACE (do povo Munduruku, que vive no baixo rio Teles Pires) e o Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad).
As entidades afirmam que a situação representa uma “grave e iminente ameaça” à segurança humana e ambiental.
“A situação, que já se configura como uma emergência socioambiental, coloca em risco a vida de milhares de pessoas, a integridade de ecossistemas vitais e a sobrevivência de povos indígenas e comunidades tradicionais”, destaca o documento.
A denúncia cita relatórios técnicos, ações judiciais e testemunhos de moradores afetados por impactos acumulados do modelo de exploração energética na região.
Pedido de ação internacional
As instituições pedem que a ONU recomende a suspensão imediata das operações da UHE Colíder até que uma auditoria independente comprove a segurança da estrutura.
O grupo também requer:
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Reparação integral dos danos socioambientais;
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Elaboração de um Plano de Descomissionamento (para desativação segura da usina);
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Revisão das licenças de operação de todo o complexo hidrelétrico do rio Teles Pires;
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Criação de um comitê independente para identificar os impactos cumulativos das quatro hidrelétricas da bacia;
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Reparação aos povos indígenas atingidos.
A ONU ainda não se manifestou oficialmente sobre o recebimento ou o andamento da denúncia.
✍️ Da redação do Sorriso News MT
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