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Izabella Teixeira diz que setor público sofre de “miopia política” na transição energética | Brasil

A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira criticou hoje o que chamou de “miopia política” do setor público no debate sobre transição energética. Ela defendeu que o setor privado nacional e os investidores internacionais têm um papel estratégico nos planos de transição para uma economia de baixo carbono.

“O setor público sofre cronicamente de miopia política. Pode ser de qualquer vertente política, ou ideológica. [Por isso], o papel do setor privado é absolutamente estratégico.”

A bióloga, que comandou a pasta ambiental nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), entre 2010 e 2016, pontuou que não basta o setor privado investir, mas que é necessário realizar os investimentos com uma estratégia voltada para as novas soluções.

“Nós temos que entender que essa ação coletiva é sistêmica, porque você conecta as agendas. A segurança mineral está associada à segurança energética e alimentar, e isso é segurança climática”, afirmou durante o evento “Cadeias de Valor de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização”, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro.

A ex-ministra também disse que há “fios desencapados” debatendo as soluções em torno da energia elétrica. “Você não está debatendo as soluções em torno da energia elétrica na perspectiva estratégica do país. Você tem polarizações, fios desencapados”, criticou.

Teixeira também comentou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abandonar o Acordo de Paris. Ela avalia que a decisão não vai acarretar a saída de outros países do acordo, mas um rearranjo geopolítico.

“Obviamente, [o desembarque dos EUA do Acordo de Paris] terá impacto na agenda global, mas a tendência é que não haja um desembarque de outros países. Pelo contrário, vamos ver rearranjo na organização internacional. A questão climática vai continuar tendo ou ganhará maior protagonismo geopolítico e de inovação tecnológica”, afirmou.

Segundo Teixeira, o mundo mudou desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, tanto no cenário geopolítico, com a perda das negociações multilaterais, quanto nas questões climáticas. “Não só pela fragilização multilateral, mas todas as condições geopolíticas que levaram ao acordo de Paris mudaram”, disse.

A ex-ministra, que atuou na negociação do Acordo de Paris, disse que, na época das discussões, o Brasil ainda não tinha vivido “um retrocesso” nas questões climáticas, e que as principais lideranças políticas e econômicas assinaram o tratado em função da proteção ambiental.

Ela criticou, porém, a ausência das boas relações atualmente. “Eu não vejo essa pactuação nos dias de hoje no Brasil, […] que permite, independentemente da discussão política e ideológica, que o país navegue com uma visão de desenvolvimento.”

Izabella Teixeira — Foto: Wenderson Araujo/Valor

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