A audiência que investiga denúncias de compra de votos e uso de caixa 2 na campanha municipal de Sorriso em 2024 foi adiada pela terceira vez e será decisiva para o futuro político da cidade.
A juíza eleitoral Emanuelle Chiaradia Navarro Mano redesignou, pela terceira vez, a audiência de instrução e julgamento do processo que apura supostas irregularidades na campanha de Alei Fernandes e Acácio Ambrosini. A sessão, antes marcada para 28 de agosto, foi reagendada para o dia 9 de outubro de 2025, às 13h30, em formato híbrido, na sala de audiências da 5ª Vara Cível do Fórum da Comarca de Sorriso.
O pedido de adiamento foi feito pelo advogado de defesa, Dr. Silas do Nascimento Filho, que alegou compromisso institucional em Cuiabá, durante sessão extraordinária da OAB-MT para escolha de lista sêxtupla de desembargador. O pleito contou com o apoio da presidente da Ordem, Dra. Gisela Alves Cardoso.
Na decisão, a magistrada destacou que o artigo 362 do Código de Processo Civil garante o adiamento em caso de justificativa relevante, resguardando os princípios da ampla defesa e do contraditório.
Outro fator que pesou foi a manifestação favorável do Ministério Público Eleitoral, já que uma das testemunhas, o delegado da Polícia Federal Tiago Marques Pacheco, estaria de férias na data original. O órgão considerou que sua ausência poderia comprometer a ordem da oitiva.
O processo é um dos três em andamento que investigam supostas irregularidades na campanha de 2024, incluindo abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio e arrecadação de recursos não declarados. Entre os investigados está Nei Francio, em cujo poder foram apreendidos R$ 300 mil em espécie, além da suspeita de um empréstimo não declarado de R$ 1,2 milhão.
Diversas preliminares de extinção das ações já haviam sido apresentadas pelas defesas, mas todas foram rejeitadas pela juíza, que considerou haver indícios suficientes para a continuidade das investigações — com base, inclusive, em provas oriundas de inquérito policial que resultou no indiciamento de 17 pessoas.
Na audiência de outubro, os principais pontos a serem analisados são:
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Se houve abuso de poder econômico;
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Se ocorreu compra de votos;
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A origem e o destino dos R$ 300 mil apreendidos;
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A legalidade do suposto empréstimo de R$ 1,2 milhão.
Com a nova redesignação, a sessão deverá ser determinante para esclarecer as denúncias que podem impactar diretamente o cenário político de Sorriso.