Foto: Reprodução/X:@KarlaMaEstrella
Terra
A mexicana Karla Estrella, de 47 anos, cumpriu uma sentença judicial inédita: postar diariamente por um mês pedidos de desculpas no X (antigo Twitter) por ter criticado um casal de políticos nas redes sociais. As informações são da AFP.
Em fevereiro de 2024, a arquiteta acusou o deputado Sergio Gutiérrez Luna, atual presidente da Câmara e membro do partido Morena, de nepotismo por favorecer sua esposa, Diana Karina Barreras, então candidata a deputada.
A crítica, que mencionava apenas o deputado, sem citar sua esposa, foi feita em meio às habituais discussões políticas nas redes mexicanas, mas rendeu à autora uma ação por “violência política de gênero”.
Um tribunal eleitoral considerou que a postagem “afetou” o desempenho profissional de Diana Barreras, ao colocá-la em posição de “subordinação a uma figura masculina, minimizando suas capacidades e trajetória”.
Estrella então foi condenada a publicar no X por 30 dias seguidos um texto de retratação que dizia: “Eu te peço desculpas (…) pela mensagem que esteve carregada de violência simbólica, psicológica (…), assim como de discriminação, baseada em estereótipos de gênero”.
Além disso, foi determinado pela Justiça que ela faça o pagamento de multa e tenha o nome exposto como “pessoa sancionada” por violência política de gênero até 2027.
A própria presidente Claudia Sheinbaum, também do partido Morena, classificou a punição como “excesso”, mas a decisão já é definitiva. Já a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) vê no caso parte de uma “tendência preocupante” de censura via sistema judicial.
A sentença transformou Estrella em símbolo da liberdade de expressão: seus seguidores no X saltaram de 7 mil para quase 60 mil. Enquanto ela cumpre a pena, internautas viralizam imagens da vida luxuosa do casal de políticos e a arquiteta prepara recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“Sou uma cidadã normal que usa redes para opinar. Não tenho poder de mudar a política no México”, disse à AFP a mulher. “Vamos à Corte Interamericana (…) porque o que os magistrados fizeram comigo foi, sim, um excesso. Como já não há outra instância aqui no México que me ampare (…), a ideia é pedir ajuda de alguém imparcial que possa dar seu veredicto”, acrescentou ela.
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