O primeiro leilão do governo realizado exclusivamente para a contratação de energia de pequenas e médias hidrelétricas, nesta sexta-feira (22/8), terminou com a negociação de 815 megawatts (MW) de potência em contratos que devem movimentar cerca de R$ 5,4 bilhões.
O leilão de energia nova A-5, abrangendo novas usinas que devem estar em operação comercial a partir de 2030, foi realizado na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.
Ao todo, 65 grupos vencedores devem vender energia para nove distribuidoras, a um custo médio de R$ 392,84 /MWh, o que corresponde a um deságio de 3,16% em relação ao preço-teto.
O deságio acontece quando um ativo é negociado por um preço abaixo do seu valor de referência. É o contrário do ágio, quando há um desconto aplicado em relação ao valor de face do ativo, o que geralmente ocorre pela necessidade de liquidez ou por condições de mercado desfavoráveis.
Como foi o leilão
O leilão desta sexta-feira durou pouco menos de uma 1 hora e 30 minutos. Os maiores compradores foram a Amazonas Energia, com 38,6% do volume de energia negociado, além de Neoenergia (Celpe, Coelba e Cosern), Enel (Eletropaulo e Coelce), Energisa (Paraíba e Tocantins) e Light.
Cada lote equivale a 0,1 megawatt-médio. Os contratos são de 20 anos, com obrigação de negociar pelo menos 30% da energia habilitada.
O Custo Marginal de Referência (CMR) para o leilão foi estipulado em R$ 411 por megawatt-hora (MWh). Trata-se de uma espécie de valor máximo para novos projetos sem autorização prévia. O mesmo valor será aplicado para usinas que já têm autorização, mas ainda não possuem contrato.
Por fim, os projetos que possuem autorização e contrato terão preços mais competitivos: R$ 221,55/MWh (para grandes hidrelétricas) e R$ 316,50/MWh (para pequenas hidrelétricas e centrais geradoras hidrelétricas).