Lula chega à China após visita à Rússia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Pequim na noite deste sábado (10), após visita à Rússia, onde defendeu uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia. Agora na China, Lula dá continuidade à sua agenda internacional com foco em articulação estratégica, ampliação das relações comerciais e busca por investimentos.

Segundo o Palácio do Planalto, a viagem oficial à China tem três eixos principais: reforçar a cooperação econômica e tecnológica entre os países, atrair investimentos estratégicos para áreas como infraestrutura, transição energética e indústria verde, e debater soluções multilaterais para conflitos internacionais, com destaque para a guerra na Ucrânia.

A agenda prevê encontros com o presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Qiang, além da participação no Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), marcado para terça-feira (13). O governo brasileiro informou que o presidente também levará ao diálogo o interesse do Brasil em aprofundar parcerias em áreas como ciência, educação, agricultura e meio ambiente.

Durante visita anterior de Lula e Xi a Moscou, ambos já haviam citado o grupo “Amigos da Paz”, iniciativa proposta por Brasil e China para facilitar a busca por soluções políticas em conflitos armados. O próprio ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a mencionar publicamente que poderia pedir ajuda à China para atuar como mediadora na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Enquanto ministros e empresários buscam novos acordos bilaterais, o Planalto destaca que a missão brasileira à China também reafirma o compromisso do país com o multilateralismo e o equilíbrio das relações comerciais internacionais. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, dos 48 acordos em discussão com os chineses, apenas 16 haviam sido finalizados até o momento — com expectativa de avanço nas próximas semanas.

A cúpula dos Brics, prevista para julho no Brasil, será outra oportunidade para reforçar esses compromissos. Lula e Xi Jinping devem se reencontrar durante o evento.