O governador Mauro Mendes (União) descartou qualquer possibilidade de implantar uma Delegacia da Mulher 24 horas na cidade de Várzea Grande. Para ele, a proximidade com Cuiabá — que já possui uma unidade especializada funcionando em regime ininterrupto — é suficiente para atender a população feminina da região metropolitana.
“Não é doloroso sair de Várzea Grande para vir a Cuiabá registrar um boletim de ocorrência (…) Sair de Várzea Grande para vir para Cuiabá não é algo que não possa acontecer, são poucos quilômetros para poucas pessoas”, declarou.
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A fala soa insensível diante da realidade do município. Várzea Grande é a segunda maior cidade de Mato Grosso, com mais de 300 mil habitantes, e tem registrado casos recorrentes de violência contra a mulher.
Mato Grosso é líder por dois anos consecutivos no ranking dos estados brasileiros onde mais se comete feminicídios. Somente este ano, 39 mulheres já foram assassinadas.
Apesar dos números alarmantes, o governador disse ser inviável instalar uma delegacia de plantão integral em todos os municípios do estado por conta do alto custo.
“Se fosse colocar uma Delegacia da Mulher 24 horas em cada cidade, precisaríamos de cerca de 700 delegados. Isso é impraticável”, completou.
Vale lembrar, que mês passado, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) denunciou durante o pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria o aumento dos casos de feminicídio em Mato Grosso, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, rejeitada pela base do Executivo Estadual, que o governo deixou de aplicar recursos previstos no orçamento de 2024 para políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.
