A vereadora Maysa Leão (Republicanos) usou a tribuna da Câmara de Cuiabá para se defender do processo de cassação movido contra ela, após uma adolescente de 16 anos relatar ter sido vítima de violência sexual durante uma audiência pública presidida pela parlamentar. Ela afirmou que não agiu com dolo e pediu apoio dos colegas para arquivar o pedido.
“Quando entrei nessa Casa, me disseram que quem passa pelo mandato sem nenhum pedido de cassação é porque não se destacou. Eu preferia passar sem nenhum. Mesmo quando estamos tranquilos, é sempre um desgaste — para a pessoa e para a família”, disse.
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A vereadora lembrou que a jovem se inscreveu para dar seu depoimento de forma espontânea e que só ficou sabendo da idade dela quando a vítima começou a falar. Maysa disse que, de imediato, procurou saber se a jovem poderia dar o depoimento e foi informada de que ela estava sendo acompanhada por sua psicóloga e assistente social.
Além disso, a vereadora pediu que a transmissão ao vivo fosse retirada do ar para preservar a menor e, após a conclusão da audiência, o trecho da fala dela foi cortado para que o material voltasse ao ar. Maysa afirmou também que preferiu não interromper a adolescente, pois isso seria outra violência que ela sofreria.
“Na hora, conferi com quem trouxe a jovem se ela poderia falar. Foi apresentado um documento com autorização da mãe, e ela estava acompanhada de psicóloga e assistente social. Era um desejo dela relatar o que viveu”, explicou a vereadora.
Maysa destacou que a identidade da jovem foi preservada e que o caso já havia sido julgado, com os agressores presos. “Ela sofreu abuso aos cinco anos, primeiro pelo padrasto e depois pelo pai. Ao final, me disse que aquele era um grande dia, porque finalmente tinha força para falar e queria proteger a própria filha de passar pelo mesmo”, relatou.
A vereadora afirmou que o Ministério Público arquivou a investigação por entender que não houve intenção de exposição indevida. “A promotoria da Vara da Infância deixou claro: não houve dolo. A jovem não foi exposta na grande mídia e segue sua vida em paz. Seus agressores estão presos”, declarou.
Ao final do discurso, Maysa pediu apoio dos vereadores para encerrar o processo político. “Hoje, peço o apoio dos nobres pares para que possamos arquivar esse processo. O que aconteceu aqui foi um serviço prestado à sociedade ao trazer à luz a discussão sobre protocolos de escuta protetiva”, concluiu.
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