Moka atribui derrota em 2018 a não ter assumido Bolsonaro na campanha

O ex-senador Waldemir Moka (MDB) não conseguiu se reeleger para o Senado nas Eleições 2018. Na ocasião, teve 357.427 votos e ficou em terceiro lugar, perdendo para Nelsinho Trad (na época no PTB), que teve 424.085 votos, e Soraya Thronicke (na época no PSL, partido de Jair Bolsonaro), eleita com 373.712 votos. Ao podcast Política de Primeira, o emedebista atribuiu a derrota ao fato de não ter assumido Bolsonaro na campanha. (assista ao vídeo abaixo)

“O MDB tinha um candidato [à Presidência da República]: Henrique Meirelles. Era um candidato fraco, mas era do meu partido. Eu não consigo ser desleal. Na época, eu me lembro do Bolsonaro, até gravou um vídeo pra Tereza [Cristina], mandou um vídeo pra mim e eu não usei nas minhas redes sociais. Algumas pessoas usaram e eu não fiz isso. Eu me senti meio constrangido pra fazer porque o MDB tinha um candidato. Talvez seja esse o grande motivo, porque o nome Bolsonaro era muito forte. Eu digo que se eu tivesse assumido essa candidatura talvez o resultado seria diferente. Eu penso que, depois de passado bastante tempo, acho que esse é um erro político que você comete, eu cometi. Mas é meu estilo de fazer política. Eu não tenho essa coisa de não apoiar o candidato do partido, não me lembro de não ter subido em um palanque de eleição municipal pra ser oposição a um candidato do meu partido, eu nunca fiz isso na minha vida. É um estilo mesmo. Aí me custou caro, eu podia ter sido reeleito”, afirmou Moka.

“Hoje, com a idade que eu tenho, eu gosto de olhar e dizer o seguinte: tudo bem, perdeu uma eleição, mas aconteceu alguma coisa? Não, eu sou um homem muito mais tranquilo, estou aqui convivendo com as minhas filhas, com meu filho. Agora virei avô, eu chamo de Dom Benício, é o meu primeiro neto. Então veja como são as coisas, hoje eu estou curtindo tudo isso. Certamente eu teria bem menos tempo, porque eu sempre fui um político zeloso no mandato, aquela coisa de tem compromisso, eu priorizei muito isso na minha vida.”

“Minha mãe, a finada, eu falo a lendária Dona Ramona, muito sábia a minha mãe, ela dizia: às vezes, meu filho, não é pra acontecer e Deus te faz um livramento disso. Quem sabe, eu não sei como seria essa confusão, será que eu estaria amotinado no Congresso. Eu acho que não, com certeza eu não estaria.”

Moka lembrou que, até 2018, a direita não aparecia com uma candidatura. “Até então, mesmo um político de direita tinha uma certa dificuldade de se assumir como um político de direita. Quando falava de direita, você remetia ao período de ditadura. Então ninguém queria esse rótulo. Esse é o mérito do Bolsonaro. Ele se coloca como um candidato de direita e junta todo o segmento e pensamento de direita numa candidatura. É uma candidatura muito forte, principalmente aqui no nosso estado, que é um estado conservador, cuja economia depende fundamentalmente do agronegócio, da agroindústria.”