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Pais trocam desenhos atuais por clássicos para proteger filhos: entenda

Animações lançadas há mais de duas décadas estão voltando ao topo da lista de preferências das crianças — e por escolha dos próprios pais. Especialistas veem nesse retorno uma forma de evitar produções mais recentes, que, afirmam, trazem ritmo acelerado, cores intensas e efeitos sonoros repetitivos — estímulos que podem sobrecarregar o cérebro infantil e afetar atenção, sono e aprendizado.

A neuropsicóloga Bruna Cavalcante afirma que os desenhos antigos oferecem ritmo mais lento, falas claras e histórias estruturadas, características que ajudam a criança a compreender melhor a narrativa e a criar conexões emocionais com os personagens.

“Quando há tempo para pensar entre uma cena e outra, a criança assimila melhor o enredo, identifica emoções e constrói conexões mais sólidas com o que vê”, explica ao Metrópoles.

Nos desenhos modernos, cortes rápidos, músicas repetitivas e cores vibrantes atraem a atenção de imediato, mas não promovem foco duradouro. Bruna alerta que essa exposição constante a estímulos intensos pode dificultar a concentração em atividades mais calmas e afetar o desenvolvimento da fala e da criatividade.

Especialistas alertam que vários desenhos animados

Além do ritmo intenso, a psicóloga infantil Monica Rezende, do grupo Mantevida, chama atenção para a forma como personagens resolvem conflitos. Comportamentos agressivos, deboches ou desrespeito servem de modelo para crianças que aprendem por observação. “Se a criança percebe que atitudes agressivas funcionam na história, é provável que teste o mesmo na vida real”, afirma.

Segundo a psicóloga, pequenos detalhes, como comentários irônicos ou reforço de estereótipos, podem passam despercebidos pelos adultos, mas influenciam o comportamento infantil.

Ainda assim, Monica reconhece que produções mais atuais também podem ter efeitos positivos: “Hoje há mais mensagens sobre diversidade, empatia, cooperação e resolução pacífica de conflitos. Esses valores podem ser incorporados se houver diálogo e acompanhamento dos pais”.

Parecem inofensivos, mas não são

Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, a neuropediatra Angélica Ávila alerta para os riscos de desenhos que, apesar de parecerem inofensivos, podem afetar o comportamento, o sono e o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes.

Segundo ela, produções como Cocomelon usam estímulos sonoros intensos e trocas rápidas de cena, acelerando o processamento visual e auditivo, dificultando a autorregulação e provocando uma hiperativação artificial da dopamina, que pode levar ao vício. Já Buba é citado pelo ritmo frenético, gritos e movimentos bruscos, que aumentam a impulsividade e dificultam a manutenção da atenção em situações reais.

Entre adolescentes, Ávila destaca Rick and Morty pelo conteúdo existencialista e depressivo aliado a humor ácido e violência velada, o que pode reforçar pensamentos negativos e reduzir a sensibilidade emocional. Ela também cita Big Mouth, com conteúdo sexual e confuso, e South Park, pelo humor agressivo e ausência de filtros sociais, ambos capazes de desregular emoções e dessensibilizar áreas ligadas à empatia e ao julgamento social.

A especialista reforça que o objetivo não é proibir, mas oferecer alternativas mais saudáveis. “Crianças precisam de vínculo, segurança e tempo para amadurecer — e não de conteúdos agressivos, confusos ou hiperestimulantes para aprender”, diz.

O olhar atento das mães

A neuropsicóloga Bruna Cavalcante enfatiza que a presença dos responsáveis é decisiva. Limitar o tempo de tela, assistir junto e conversar sobre o que está sendo mostrado ajuda a criança a distinguir comportamentos adequados e a desenvolver habilidades cognitivas e emocionais. “Mesmo um desenho calmo pode gerar efeito negativo se for assistido em excesso”, alerta a neuropsicóloga.

Karen Anny Alves, servidora pública de 35 anos, mãe de Arthur, de 8 anos, Theo, de 6, e Cauã, de 2, explica que, em casa, a escolha dos conteúdos é feita com atenção e limites bem definidos.

“Todas as plataformas de streaming e o YouTube Kids possuem controle parental. Cada um deles têm seu próprio perfil, onde eu configuro a liberação do conteúdo conforme a faixa etária. Mas ficamos sempre observando se os conteúdos são realmente adequados e fiscalizando o que eles estão consumindo”, explica.

Ela acrescenta que, em família, apresentam também desenhos e filmes clássicos como Caillou, Looney Tunes, Pokémon e filmes da Disney, incluindo Toy Story, Os Incríveis e Carros: “Aos poucos e naturalmente eles foram deixando de assistir os desenhos atuais, para assistir os que o pai e eu indicamos”.

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Nathalia Campos e Leonardo

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Karen com os filhos Theo, Arthur e Cauã

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Desenhos atuais preocupam pais e levam crianças de volta aos clássicos

Arte/Metrópoles

Nathalia Campos, também servidora pública de 34 anos, mãe de Leonardo, de 2 anos, reforça a observação. “Escolho desenhos que sejam de baixo estímulo, com cores mais suaves, mais lentos e sem tantas transições. Sempre assisto antes para não ter nenhuma surpresa”.

Ela destaca que mesmo os desenhos mais calmos prendem a atenção da criança, por isso procura acompanhar o filho e conversar durante a exibição. Nathalia ainda ressalta a questão de diferença geracional.

“A forma antiga de acesso a conteúdo infantil era bem diferente. Os desenhos tinham horários marcados e intervalos obrigatórios. Hoje o acesso é contínuo, por isso é importante estabelecer regras e combinados para não perder o controle”.

 

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