A derrota imposta pela Câmara dos Deputados ao governo federal com a derrubada do aumento do IOF contou com maioria de votos de partidos que ocupam vagas em ministérios. Dos 383 votos favoráveis à revogação do reajuste do Imposto de Operações Financeiras, 242 (63% do total) vieram de partidos com ao menos um representante na Esplanada. O PT também deu um voto contra o decreto do governo, com o deputado Rui Falcão, ex-presidente do partido.
Em razão das festas juninas no Nordeste, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou a votação pelo sistema remoto. O Senado também aprovou a revogação do reajuste, mas a votação foi simbólica, sem contagem de votos.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, liderou o placar, com votos de 88 deputados pela derrubada do decreto – a bancada tem ao todo 89 deputados. Na sequência, vêm União Brasil, que ocupa três ministérios na Esplanada. O partido deu 58 votos – quase a totalidade da bancada, composta por 60 deputados.
O PP e o Republicanos, ambos com um ministério cada um, também foram majoritários. Foram 48 votos do PP (são ao todo 50 cadeiras) e 42 do Republicanos (44 cadeiras). O ex-presidente da Câmara Arthur Lira está entre os quadros do PP que votaram pela derrubada do decreto.
O MDB, que tem três ministérios, um deles no Planejamento, sob Simone Tebet, contribuiu com 41 votos (dos 44 possíveis). O PSD, de Gilberto Kassab, também ocupa três ministérios. Quase metade da bancada (27 dos 45) votou contra o decreto apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em maio.
O PDT, do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, votou em peso para derrubar o reajuste, com votos de 16 dos 17 parlamentares da legenda. Lupi deixou o cargo após a revelação de um esquema de fraudes no INSS, mas a pasta seguiu com um quadro do PDT.
O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, também foi majoritário: dos 15 deputados, 9 votaram para derrubar o decreto. O partido tem dois ministérios.
Os votos favoráveis à manutenção do decreto vieram em sua maioria do PT, PCdoB e Psol. Rui Falcão, único do PT a votar contra a orientação da legenda, ainda não se manifestou sobre o voto. Horas antes da votação, em suas redes sociais, ele manifestou-se favorável ao decreto, classificado por ele como uma forma de corrigir injustiças fiscais.
Veja abaixo os votos pela derrubada do aumento do IOF
- PL: 88 votos sim
- União: 58
- PP: 48
- Republicanos: 42
- MDB: 41
- PSD: 27
- PDT: 16
- Podemos: 15
- PSDB: 13
- PSB: 9
- Avante: 6
- PRD: 5
- Novo: 5
- Cidadania: 4
- Solidariedade: 4
- PT: 1
- PV: 1