O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse ter uma pauta longa a ser explorada e avançada na esteira da negociação com os Estados Unidos em torno da tarifa de 50% a produtos brasileiros. Na fala, Alckmin não cravou quais setores estão envolvidos, mas não descartou a aquisição dos chamados minerais críticos e estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras.
“Existe uma pauta muito longa que pode ser explorada e avançada”, respondeu Alckmin nesta quinta-feira (24) a jornalistas, ao ser perguntado sobre minerais críticos. “Você tem inúmeras áreas”, disse, citando conversas que teve nos últimos dias com diversos setores.
Alckmin contou que conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no último sábado (19) na tentativa de avançar na negociação com o país. De acordo com Alckmin, a conversa foi boa, durou cerca de 50 minutos e, nela, foi reiterada a abertura do Brasil em negociar com o governo de Donald Trump.
“[O presidente] Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica, mas centralizar na busca de uma solução”, comentou à imprensa.
O titular do Mdic disse que o governo continua o trabalho de ouvir o setor produtivo para resolver o tarifaço.
“O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Não criamos esse problema, mas queremos resolver”, completou. Na esteira da negociação, ele comentou que conversou também com os senadores brasileiros que estão indo para os Estados Unidos para discutir a pauta.
Desde a semana passada, Alckmin tem liderado o comitê interministerial do governo em busca de uma negociação sobre a tarifa de 50%. Questionado sobre os avanços até o momento, o vice-presidente evitou anunciar medidas concretas e pediu paciência no debate.
“É diálogo [com os Estados Unidos], não é monologo”, respondeu.