Durante manutenção na rede de esgoto do quartel do 9º Comando Regional da Polícia Militar em Alta Floresta, foram encontradas duas cédulas de porte de arma funcional falsas em nome de um homem de 60 anos que havia sido preso em julho deste ano por se passar por “procurador”.
As cédulas foram localizadas nesta quarta-feira (30), e após verificação, confirmaram-se como falsificadas. A suspeita da polícia é que os documentos foram descartados no dia 3 de julho de 2025, momento em que o suspeito fora detido em flagrante. Ele teria utilizado o banheiro do quartel e jogado os papéis no esgoto para evitar que fossem encontrados pela corporação.

Os documentos continham trechos que simulavam autoridade, como a solicitação para que “autoridades civis e militares facilitassem ao portador livre trânsito para o bom desempenho das funções”, com referências a leis e portarias federais e o registro “9º RTD”. A cédula ainda afirmava ser um “porte de arma funcional” baseado no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826) e demandava a apresentação do “CRAF” (Certificado de Registro de Arma de Fogo).
Após a descoberta, o material foi recolhido e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil para investigação. As autoridades pretendem apurar como os documentos chegaram ao quartel e se houve a participação de outras pessoas envolvidas no esquema.
Quatro homens seguem presos após se passarem por autoridades públicas em Alta Floresta
Contexto do caso
Esse episódio está relacionado a um caso anterior ocorrido em 3 de julho de 2025, quando o mesmo homem foi preso ao se apresentar falsamente como procurador e usurpador de função pública, inclusive dentro da Prefeitura de Alta Floresta. Na ocasião, outros indivíduos se apresentaram como “delegados” vinculados a um suposto “Conselho Federal”, que na verdade se tratava de entidade privada sem legitimidade junto ao Ministério da Justiça. A Polícia Militar constatou a falsidade ideológica, uso indevido de símbolos públicos e associação criminosa, e prendeu os suspeitos em flagrante
A localização dos documentos falsos dentro do quartel representa um elemento novo e preocupante para a investigação. A ação reforça a necessidade de apurar não apenas a falsificação em si, mas também a logística de descarte e possível envolvimento de terceiros. O caso segue sob responsabilidade da Polícia Civil, que irá buscar identificar eventuais conexões com outras fraudes ou redes de usurpadores de função pública.